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Como lidar com a tristeza pelo fim de um namoro?

Ter um bom nível de autoconhecimento ajuda bastante no término dos relacionamentos

Como Lidar - 09/05/2019 11h10


“Terminei um relacionamento recentemente e minha mente insiste em remeter às emoções que eu senta no começo da relação, quando tudo era lindo e cheio de expectativas. Por que será que sinto isso? Como controlar o desejo de querer reatar, mesmo sabendo que não dará mas certo? Fico me perguntando: por que a gente terminou?”

Ana Júlia Campos, São Lourenço, MG

RESPOSTA

Há um efeito muito comum ligado ao fim dos relacionamentos amorosos: não importa por quem a decisão tenha sido tomada, quando chega o fim, costumamos nos lembrar apenas dos motivos pelos quais iniciamos a relação e as razões pelas quais a relação terminou perdem a intensidade.

Sabe quando a gente tem certeza de que a relação não vai mais dar certo, que já tentou tudo o que podia e que a melhor solução é seguir cada um para o seu lado? Mesmo sabendo que tomamos a decisão certa, fica passando um filme na nossa mente, só com os motivos pelos quais ficamos juntos lá no início.

A tristeza e o luto que marcam o final do ciclo de um relacionamento amoroso são inevitáveis e perfeitamente normais. No meio da dor, os motivos pelos quais a relação acabou parecem ficar em segundo plano e as boas memórias e a tristeza pelo que poderia ter sido, prevalecem.

Muitas vezes, a pergunta que ecoa nesse momento de desconforto profundo é: “Por que a gente terminou, mesmo?”. Isso acontece com muito mais frequência do que se imagina, especialmente com quem termina uma relação sem brigas e sem um grande trauma. Lembramos apenas dos bons momentos, apenas e, inclusive em casos mais complicados e dolorosos, em que haja ocorrido uma traição, por exemplo, ainda assim, as lembranças boas tendem a prevalecer. Como um mecanismo de defesa contra a dor e a tristeza, nosso subconsciente nos leva lá para o começo da relação, onde tudo era maravilhoso e idealizado.

Toda relação começa com paixão, atenção, cuidado, curiosidade, admiração e carinho redobrados. Queremos tanto que dê certo que, muitas vezes, até optamos por passar por cima de alguns valores e daquilo que verdadeiramente desejamos em uma relação. Só nos damos conta disso quando a rotina chega, quando nossos sonhos já não parecem ser algo em comum e quando precisamos repensar nossas escolhas.

Será que quando a relação termina, voltamos àquele estado de positividade de quando iniciamos o romance e desejamos que tudo dê certo? Não há como saber se acontece da mesma forma com todo mundo, mas que a nostalgia do começo e o desalento pelo que perdemos de bom aparecem com o final, não se pode negar. “E se tentássemos mais um pouco, só dessa vez?” É o que pensamos.

Nestes casos, o melhor a fazer é sempre focar na realidade. Busque esquecer, apenas durante o período de luto, o romantismo dos primeiros tempos. É claro que ele é maravilhoso e é o que nos move no início de um relacionamento a dois. Mas a realidade mesmo, acontece no dia a dia. A rotina de um casal é feita de momentos felizes e outros nem tanto, de alegrias e desentendimentos, de conexões profundas e fases de distanciamento. Mas, se vocês terminaram, muito provavelmente é porque a balança estava pendendo mais para o lado não tão positivo, certo?

Não é preciso esquecer os momentos felizes, mas, no primeiro momento após o término, na fase de luto, o que deve prevalecer são os motivos e as decisões que levaram o casal a colocar um fim no relacionamento. Foco no aqui e agora, foco na realidade e nas razões que os trouxeram até o que vocês estão vivendo no presente.

Ter um bom nível de autoconhecimento ajuda bastante no término dos relacionamentos. Só entendendo nossos reais objetivos de vida, nossos desejos profundos e nos dando o devido valor é que podemos entender com mais clareza que o período saudoso do fim é uma forma de nos despedirmos da relação, de aprender com o que passou, de sermos gratos pelo que foi. Deixe ir. Assim, novos amores poderão surgir, no tempo certo.

Camila Couto é orientadora emocional para mulheres, com foco em relacionamentos, criadora/autora do blog das Amarildas e fundadora do PAR – Programa Amarildas de Relacionamentos. É orientadora emocional, terapeuta floral e contoterapeuta. Viveu durante 8 anos no exterior, conhecendo diferentes culturas e comportamentos. Em seu blog, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e dependência emocional – com o propósito de promover mais entendimento sobre esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e se valorizarem cada vez mais.

COMO LIDAR tem o propósito de servir como ferramenta de esclarecimento e apoio aos leitores apresentando perguntas e respostas, sobre variados temas.
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