ONU faz denúncias contra casos de tortura na Venezuela
Michelle Bachelet diz que organização identificou 57 casos de execuções cometidas
Paulo Moura - 10/09/2019 09h27 | atualizado em 10/09/2019 09h29

A alta comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, apresentou nesta segunda-feira (9), novas denúncias de casos suspeitos de execuções extrajudiciais, torturas e maus-tratos contra detentos na Venezuela. A divulgação foi feita durante um discurso na sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, na Suíça.
No relatório, Bachelet aponta que a investigação feita pelo escritório da organização identificou em julho, 57 novos casos de supostas execuções cometidas pelas Forças de Ação Especiais da Polícia Nacional – Faes, somente na capital Caracas.
A ex-presidente do Chile também criticou ações recentes do país com o objetivo de aprovar uma lei que torna crime as atividades de organizações nacionais de direitos humanos que recebem recursos do exterior.
– Essa lei, se aprovada e aplicada, reduzirá ainda mais o espaço democrático – afirmou.
O segundo homem mais poderoso do regime chavista, Diosdado Cabello, desqualificou o relatório da comissária, no que afirmou ser uma crueldade contra o país.
– O que disser a senhora Bachelet não vai impedir o nosso sonho. Não vamos nos deixar chantagear por nada – disse o presidente da Assembleia Nacional Constituinte.
A Venezuela vive uma crise sem precedentes em sua história, refletida em hiperinflação, a queda em sua crucial produção de petróleo e a fuga de 3,6 milhões de pessoas desde o início de 2016.
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