Moradores da Muzema criam força-tarefa de solidariedade
Desmoronamento deixou mortos, feridos e famílias desabrigadas
Gabriela Doria - 12/04/2019 17h57
Em meio aos escombros, moradores e comerciantes da Muzema, bairro onde houve o desabamento de dois prédios, na Zona Oeste do Rio, oferecem apoio às vítimas da tragédia. Uma das benfeitoras é a cabeleireira Eliane Maria da Silva, de 41 anos. Em entrevista ao Pleno.News, ela conta que cedeu o espaço de seu salão para os atingidos.
– As pessoas estavam querendo água, buscando um lugar para sentar, algumas passavam mal. Eu trouxe as pessoas pra dentro do meu salão e cedi uma maca para alguns que estava quase desmaiando – diz, que transformou o pequeno salão em um quartel-general do desabamento.
Eliane conta também que ela e uma vizinha estão ajudando a realizar uma triagem com o nome de desaparecidos.
– Nós dividimos as casas para ajudar. Em um lado as pessoas anotavam o nome dos desaparecidos. Do outro elas listavam quais famílias tiveram seus imóveis interditados pela Prefeitura – contou a cabeleireira.
Ela também descreve a onda de solidariedade em meio ao caos do desabamento.
– Eu fiz o que eu pude, cedi o espaço para as pessoas usarem o banheiro, servi café e água. Elas também se refrescaram com o ventilador. As pessoas se uniram, umas trouxeram lanches, outras compararam quentinhas para doar. Todo mundo correu para ajudar – revela.
DESABAMENTO
Na manhã desta sexta-feira (12), dois prédios localizados na comunidade da Muzema, na Zona Oeste carioca, vieram ao chão. As construções eram irregulares e não constavam nos registros da Prefeitura. Os imóveis ficam em uma região dominada pela milícia.
Até o momento, já foram confirmadas as mortes de três pessoas. Outras 13 estão feridas. Não se sabe o número de desaparecidos.
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