Para legistas, testemunha de caso Odebrecht se matou
Rafael Merchán era depoente em acusação contra a empresa brasileira
Camille Dornelles - 10/01/2019 08h08 | atualizado em 10/01/2019 16h52
O procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, confirmou, nesta quarta-feira (9), que Rafael Merchán, ex-secretário de Transparência da Presidência e testemunha no caso Odebrecht no país, se suicidou.
O corpo de Merchán, de 43 anos, foi encontrado em circunstâncias estranhas dentro da casa em que ele vivia em Bogotá. A causa da morte foi envenenamento por cianureto. A confirmação foi dada em relatório de médicos legistas no governo.
Merchán era uma das testemunhas-chaves no caso que investiga repasses de propinas da Odebrecht a políticos colombianos. A empresa brasileira teria pagado vantagens no contrato de concessão da Rota do Sol II.
O suicídio de Merchán gerou uma série de suspeitas de queima de arquivo na Colômbia por ter ocorrido depois da morte de Jorge Enrique Pizano, outra testemunha-chave do caso Odebrecht, e de seu filho Alejandro Pizano. Depois, esse caso foi tido como “morte natural”, decorrente de um infarto, pelos legistas.
No fim do ano passado, o diretor do Instituto de Medicina Legal da Colômbia, Carlos Valdés, renunciou ao cargo após o órgão divulgar provas sobre a morte de Jorge Enrique Pizano.
BUSQUE AJUDA
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida é uma das instituições que dão apoio emocional e trabalham para prevenir o suicídio. Para pedir ajuda, ligue para o número 188 ou acesse o site.
*Com informações da Agência EFE
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