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O que é a UNRWA e como ela funciona?

A princípio, ela é uma das duas agências da ONU destinadas a ajudar refugiados. Mas seus desdobramentos são problemáticos

Lawrence Maximus - 05/02/2024 10h22

Não é novidade que a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) vem servindo como parceira (voluntária) dos grupos terroristas de Gaza – desde 2007. As acusações contra a UNRWA são as mais recentes de uma longa fila de reclamações israelenses sobre a agência da ONU, de modo que permite que o incitamento anti-Israel seja ensinado em centenas de escolas e que vários de seus funcionários colaborem com o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina.

Palestinos do lado de fora de escola da UNRWA
Palestinos do lado de fora de escola da UNRWA Foto: EFE/EPA/HAITHAM IMAD

Mas, afinal de contas, o que é a UNRWA e como ela funciona?
A agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) é uma das duas agências da ONU destinadas a ajudar refugiados.

Todavia, existem algumas diferenças importantes entre as duas organizações:
ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados): fundado em 1950 para ajudar os 60 milhões de pessoas deslocadas durante a Segunda Guerra Mundial. O ACNUR atende refugiados de todo o mundo.

Quem é considerado refugiado para a ACNUR?
Pessoas que fugiram de seus países para escapar de conflitos, violência ou perseguições e buscaram segurança em outro país. As pessoas perdem o status de refugiado ao obterem cidadania em outro país. Filhos de refugiados devem atender a um conjunto rigoroso de diretrizes para obter o status de refugiado.

UNRWA: fundada em 1949 para auxiliar 750 mil árabes palestinos deslocados durante a guerra árabe-israelense de 1948. A UNRWA atende apenas refugiados palestinos e seus descendentes.

Quem é considerado refugiado para a UNRWA?
Pessoas cujo local normal de residência era a Palestina durante o período de 1° de junho de 1946 a 15 de maio de 1948 e que perderam casa e meio de subsistência como resultado do conflito de 1948… descendentes de homens refugiados da Palestina, incluindo filhos adotados, também são elegíveis para registro. Isso significa que o status de refugiado palestino é herdado automaticamente.

Em 1949, havia 750 mil refugiados registrados na UNRWA. Hoje são 5,9 milhões. Cerca de 2,2 milhões de refugiados palestinos vivem na Jordânia, e 1,6 milhões têm cidadania jordaniana, mas ainda são considerados refugiados. Ao contrário de outros refugiados, a maioria dos refugiados palestinos são descendentes de terceira, quarta e até quinta geração daqueles que fugiram durante a Guerra de 1948.

Por que ainda são considerados refugiados pela UNRWA?
A agência da ONU afirma que ao “contrário do ACNUR, a UNRWA não tem mandato para reassentar refugiados palestinos e não tem autoridade para buscar soluções duradouras para refugiados”. Isso deixa os palestinos em um estado inaceitável e indefinido de incerteza. Vários países, incluindo o Líbano, raramente concedem cidadania aos palestinos, deixando-os apátridas, incapazes de acessar serviços e dependentes da UNRWA para ajuda, educação, empregos e mais.

Erroneamente, alguns argumentam que as políticas da UNRWA são justificadas porque os 5,9 milhões de refugiados e seus descendentes devem ser autorizados a se mudar para Israel, em vez de um futuro Estado Palestino ou outro lugar. Essa demanda é conhecida como “direito de retorno”.
No entanto, conforme as palavras do ex-presidente Obama, tal “direito de retorno… extinguiria Israel como um Estado Judeu, e isso não é uma opção”.

Portanto, tais refugiados palestinos “mantêm a ilusão de que exterminar os judeus irá restaurar a sua dignidade”. Enquanto isso, a própria ONU e a UNRWA vão perpetuando o problema e gerando opinião pública contrária a Israel.

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Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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