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Papa teme escalada de conflito no Oriente: “Fim de muitas coisas”

Declarações do pontífice constam em entrevista veiculada nesta quarta-feira por um canal italiano

Pleno.News - 01/11/2023 20h39 | atualizado em 03/11/2023 15h20

Papa Francisco Foto: Ernesto Arias/EFE

O papa Francisco expressou temor diante da possibilidade de uma escalada global do conflito no Oriente Médio. Ele fez um apelo pelo que definiu como “solução sábia de dois Estados entre Israel e Palestina”.

– [A propagação do conflito] seria o fim de muitas coisas e de muitas vidas. Acho que a sabedoria humana impedirá essas coisas. Esta guerra nos toca por causa do que significam Israel, Palestina, Terra Santa e Jerusalém, mas também a Ucrânia, porque está muito próxima – disse o pontífice.

A declaração foi dada durante entrevista para a rede de televisão pública italiana RAI. O conteúdo foi exibido nesta quarta-feira (1º).

Francisco propôs “a solução sábia de dois Estados, bem delimitados, com Jerusalém com um status especial”.

– Sinto que toda guerra é uma derrota. Nada se resolve com a guerra, tudo se ganha com a paz e o diálogo. Lembro-me de um momento muito difícil no início do meu pontificado, quando a guerra eclodiu com tanta força na Síria, e eu fiz um ato de oração na praça, onde rezavam os cristãos e também os muçulmanos, que trouxeram um tapete para rezar. Esse foi um momento muito difícil. Para mim, é uma coisa ruim, mas, não é bom dizer isso, a gente se acostuma, infelizmente se acostuma. Não temos que nos acostumar com isso – declarou.

Francisco também falou sobre o antissemitismo que “infelizmente permanece escondido”.

– Sempre há algo de antissemitismo, e nem sempre é suficiente ver o Holocausto que fizeram na Segunda Guerra Mundial, esses 6 milhões mortos, escravizados, e isso não passou. Infelizmente, não passou. Eu não sei como explicar e não tenho uma explicação, é um fato que eu vejo e não gosto.

Ele refletiu também sobre a questão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

– Penso no povo ucraniano, não devemos julgá-lo hoje. O povo ucraniano é um povo mártir, sofreu perseguições na época de Stalin, perseguições muito fortes. É um povo mártir. Eu li um livro memorial sobre isso, e o martírio foi terrível, a Sibéria. (…) Recebi o presidente Zelensky, eu entendo, mas precisamos de paz. Parem! Parem um pouco e busquem um acordo de paz, os acordos são a verdadeira solução para isso.

O pontífice abordou ainda a questão da migração como um “filho de migrantes italianos” na Argentina e disse que a União Europeia “tem que mostrar solidariedade” e não permitir que cinco países – Espanha, Itália, Chipre, Malta e Grécia – “cuidem de todos”.

Francisco confirmou que viajará em dezembro para Dubai para participar da COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um tópico que ele abordou em sua encíclica Laudati Si (2015) e em sua recente segunda parte.

Ele também defendeu a continuidade da inclusão das mulheres “no trabalho normal da Igreja” e esclareceu que a questão de eventuais ordenações envolve “um problema teológico e ministerial”.

Sobre o celibato na Igreja Católica, Francisco disse que “é uma lei que pode ser removida, não há problema”.

– Mas não acho que vá ajudar – concluiu.

*EFE

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