Gabriela Doria - 19/04/2018 10h07 | atualizado em 19/04/2018 11h51

Um marroquino de denominação cristã foi detido, na quarta-feira (18), na cidade de Rabat, em posse de suposto material de catequese. Ele foi detido sem que se tenha formulado, até o momento, nenhuma acusação contra ele, informaram advogados de defesa à Agência EFE.

O fato aconteceu quando o jovem de 35 anos saia de sua casa no bairro popular de Taqadum. Ao revistarem sua mochila, os agentes encontraram um Evangelho e quatro livros religiosos.

Ele foi levado a uma delegacia, onde passou as últimas 24 horas esperando que a Promotoria se pronuncie sobre o caso.

A defesa insistiu que a lei marroquina não penaliza uma pessoa por professar o cristianismo ou por mudar de religião, mas exclusivamente quando realiza atividades proselitistas, ou seja, de catequese.

De acordo com o artigo 220 do Código Penal marroquino, é condenado a penas de seis meses a três anos quem “empregar qualquer meio de sedução para quebrar a fé de um muçulmano ou tentar convertê-lo a outra religião”.

O Marrocos sempre foi tolerante com o direito de culto e garante os direitos espirituais dos estrangeiros cristãos ou de outras confissões no seu território, mas nunca tolerou na sua história conversões dos seus cidadãos a outras religiões.

Sendo um país sunita também não admite conversões ao rito muçulmano xiita. Só aceita e defende a minoria marroquina judia, estabelecida no seu território há séculos.

Apesar disso, os cristãos marroquinos começaram, nos últimos anos, a sair da clandestinidade e se organizaram clandestinamente para reivindicar o direito a um nome cristão, a rezar em uma igreja e a ser enterrado fora de um cemitério muçulmano.

*Com informações da Agência EFE

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