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Saiba qual é o grupo religioso responsável por pichações

Inscrições apareceram em muros, viadutos e em calçadas de acesso ao metrô

Camille Dornelles - 26/04/2018 13h02 | atualizado em 27/04/2018 08h09

Pichação feita no Centro do Rio de Janeiro por membros da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo Foto: Reprodução

O grupo que entrou em confronto nesta quinta-feira (26) com a Guarda Municipal do Rio de Janeiro é acusado de vandalismo por pichar diversas mensagens religiosas.

Pichações com as frases “Bíblia sim, Constituição não. Jesus volta em 2070” e “2070 Jesus voltará. Não somos maçons” têm aparecido em diversos pontos da cidade do Rio de Janeiro há pelo menos dois meses.

As inscrições apareceram em muros, viadutos e em calçadas de acesso ao metrô e ao BRT. Os atos são promovidos pelo projeto O Grito da Meia-Noite, um braço da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo idealizado pelo pastor Tupirani da Hora Lores.

Ele já foi preso por intolerância religiosa, injúria qualificada e incitação ao crime em 2009 e 2017. Na primeira vez, por divulgar um vídeo ofendendo religiões afro-brasileiras e, na segunda, por promover uma passeata chamando muçulmanos de “pedófilos” e “terroristas”.

A pastora Lusmarina, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), explicou, em entrevista ao Pleno.News, que acompanha atos de intolerância religiosa praticados pelo pastor e o grupo que o segue.

– Na condição de presidente do Conic no período de 2013 a 2015, precisei lidar com os desdobramentos de tais atos – afirmou.

Ela ainda afirmou que qualquer profecia que dê uma data exata à volta de Jesus não deve estar correta.

– Não é possível chegar à data da volta de Jesus. Essa perspectiva vem de grupos milenaristas, que partem de uma interpretação já não aceita do livro de Apocalipse. Este livro bíblico possui uma linguagem simbólica, escrito num contexto de perseguição. Assim, não é correto interpretar o texto de maneira literal – declarou a pastora luterana.

Pichações pelo Rio de Janeiro dão nova data para volta de Jesus Foto: Reprodução

Para Lusmarina, além da constatação de uma data exata não condizer com os atuais estudos aceitos pela maioria dos teólogos, esperar pela volta de Cristo não deve tirar o foco do presente.

– Tudo aquilo que nós queremos ver redimido no futuro, com a volta de Cristo, tem a capacidade de ser redimido agora. A segunda vinda é uma reivindicação de que é possível redimir a nossa tendência a violência, nossos medos, angústias, mentiras, ódio e individualismo – atestou.

A Comlurb, empresa de limpeza pública do Rio, diz que removerá as pichações. A multa para pichadores que forem flagrados pela fiscalização é de R$ 205.

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