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Pastores na Venezuela pedem orações pelo país

Em carta aberta, religiosos denunciaram a pobreza e a miséria extrema vivida pelos Venezuelanos

Gabriela Doria - 01/02/2018 21h26 | atualizado em 02/02/2018 11h31

Um grupo de pastores venezuelanos, chamado Cristianos por Venezuela, publicou uma carta aberta denunciando a grave crise que o país enfrenta. No apelo público, os religiosos pediram orações pelo povo da Venezuela e chegaram a comparar o governo de Nicolás Maduro ao de Adolf Hitler, na era da Alemanha nazista.

– Estamos em um país onde inúmeras pessoas morrem de fome. É doloroso vê-las, em todos os lugares, procurando algo para se alimentar! Isso nunca foi o desejo do nosso Senhor – declararam no comunicado.

Venezuelanos em protesto contra Maduro Foto: EFE/Nathalie Sayago

Os Cristianos por Venezuela também alertaram para as vidas que estão em perigo e à mercê da violência governamental.

– Solicitamos a sua oração para a vida humana, animal e vegetal. Na Venezuela todos estão em perigo – denunciaram os pastores.

Embora a situação seja de calamidade e insegurança, os religiosos afirmaram que ainda não estão sendo perseguidos por sua religião.

– Até agora, não experimentamos perseguição religiosa institucional, embora na igreja de um colega nosso, eles tenham sido ameaçados por grupos de “colectivos” (que significa “criminosos”). Acreditamos firmemente que o Senhor está no controle e, embora não tenhamos ideia do impacto desta carta, estamos convencidos de que nossas vidas e esta Nação pertencem ao Senhor – afirmaram os líderes.

Em entrevista ao Pleno.News, o pastor brasileiro Renato Vargens, que esteve há dois anos na Venezuela, reafirmou o relato dos religiosos.

– Em supermercados você não vê absolutamente nada nas prateleiras, o dinheiro deles não vale quase nada e a miséria é absoluta. Eles estão debaixo de uma ditadura que tem levado muitas pessoas à morte. Falta comida, medicamento e assistência médica – pontuou o pastor.

Vargens também compara a situação da Venezuela com a da Bolívia, que tentou criminalizar a prática do evangelho. Apesar disso, ele acredita que o país de Maduro sofra ainda mais que o de Evo Morales.

– Diferentemente da Bolívia, a Venezuela tem um sistema de exceção. Não há como precisar, por exemplo, que tipos de repressão os pastores estão sofrendo. Há uma forçação de barra para que ninguém se manifeste. Qualquer cidadão que fale algo contra, em alguns casos, pode ser até assassinado. No entanto, não tenho relatos de que isso tenha acontecido com pastores – afirmou o religioso.

Vargens também acredita que a perseguição à fé cristã ao redor do mundo não seja exclusiva da Venezuela ou da Bolívia. Ele lembrou de nações como China e Coreia do Norte, que vivem sob o comunismo, além da intolerância por parte de outras religiões, como o islamismo radical.

– O que se vê é uma efervescência da perseguição à fé evangélica. Alguns chegam a dizer que, talvez, o período em que nós vivemos seja o período em que mais se matou cristãos na história. Mais do que no período do Império Romano. E isto é absolutamente possível – finalizou o pastor.

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