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‘Queremos privatizar, mas não é tudo também’, diz Bolsonaro

Presidente falou sobre a agenda de privatizações neste sábado

Pleno.News - 20/02/2021 21h57

Presidente Jair Bolsonaro Foto: Agência Brasil/Antonio Cruz

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse neste sábado (20), que o governo mantém planos para avançar na agenda de privatizações, mas que “não é tudo” que será privatizado. Ele descartou, por exemplo, a privatização da Casa da Moeda do Brasil.

Bolsonaro também afirmou que a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) não será privatizada “da forma que queriam”, mas não negou a possibilidade de venda do entreposto.

Em dezembro, Bolsonaro chegou a dizer que a Ceagesp não seria privatizada por “ratos” com o interesse de “beneficiar amigos”. Neste sábado, o mandatário abordou o assunto.

– Nós queremos privatizar, mas não é tudo também, não. Privatizar a Casa da Moeda? Negativo. Privatizar Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]? Para quê? Privatizar da forma como queriam a Ceagesp, não vai ser privatizada, pode ter certeza disso – declarou ao falar com populares durante sua passagem por Campinas (SP).

A companhia é alvo de estudos do governo para a sua desestatização. No ano passado, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), anunciou um acordo com o governo federal para transferir a Ceagesp para outro endereço, às margens do Rodoanel Mário Covas e passar sua administração para a iniciativa privada.

O plano era facilitar o acesso de caminhões que diariamente abastecem o local com produtos agrícolas do Brasil todo.

A negociação de Doria foi articulada com Salim Mattar, então secretário especial de Desestatização e Privatização, que deixou o cargo em agosto do ano passado insatisfeito pela paralisia do governo na agenda de privatizações.

Desde 2019, a Ceagesp está incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), em decreto assinado pelo próprio Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A partir disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou duas consultorias em março do ano passado por R$ 2,6 milhões para estudar o modelo de privatização.

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que em dezembro, quando o presidente descartou vender a empresa, R$ 560 mil já haviam sido pagos.

O BNDES negou que haja orientação para paralisar as análises. O Ministério da Economia confirmou que os estudos não foram interrompidos e disse que os resultados serão levados para discussão do Conselho do PPI, órgão formado pelo presidente da República, ministros e presidentes dos bancos públicos. Segundo a pasta, uma decisão sobre a venda ou não da empresa pública só será tomada após os estudos serem concluídos, o que está previsto para ocorrer até o fim de março.

Neste sábado, Bolsonaro voltou a elogiar a atuação e o trabalho “excepcional” do coronel da Polícia Militar e ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo, nomeado diretor-presidente da Ceagesp em outubro. O presidente tem atribuído ao militar as mudanças na gestão da companhia.

– [Antes] Tudo era roubo, tudo era propina. Então, a gente vai atacando as coisas, não dá para mudar de uma hora para a outra. O navio, você não consegue dar um cavalo nele. Agora, quando eu descubro vou para cima – disse.

E continuou.

– Quando botei o coronel lá levei pancada: ‘ah, um coronel não gestor’. A Ceagesp era caso de polícia e ele tinha acabado de comandar a Rota em São Paulo, era o cara ideal. Ele demonstrou ao longo desses últimos meses, além de moralizar aquilo, ele também mostrou como bem gerenciar a Ceagesp, que é motivo de orgulho de muita gente – declarou.

A fala sobre a Ceagesp e os planos de privatização do Executivo, divulgada em vídeo por um canal no YouTube, foi motivada após uma pergunta ao presidente sobre a “celeridade de pautas” do governo na Câmara.

– Eu tenho certeza [que as pautas ganharão celeridade] – disse.

Bolsonaro responsabilizou o ex-presidente da Câmara do Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) pelo fracasso do governo de promover uma agenda de privatizações. A venda de estatais, com receita estimada em R$ 1 trilhão, é prometida pelo ministro Paulo Guedes desde o início do governo.

– O próprio ex-presidente [da Câmara, Rodrigo Maia] disse há poucas semanas que agora ele vai fazer uma oposição contra o presidente Jair Bolsonaro, coisa que ele não podia falar enquanto era presidente (…) O ex-presidente tinha uma ligação enorme com PT, PCdoB e PSOL, então as agendas liberais não andavam. Esse pessoal é estatizante – ressaltou.

*Estadão

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