Henrique Gimenes - 18/10/2019 14h38

Os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e integrantes do PSL continuam. Um dia após abaixar o tom das críticas, o líder do partido na Câmara, deputado Delegado Waldir, voltou a criticar as atitudes de Bolsonaro. Para ele, o presidente comete traição ao tentar tirar tirá-lo do cargo. A informação foi dada pelo portal G1.

Na noite desta quarta-feira (16), o deputado Eduardo Bolsonaro tentou assumir a liderança do PSL na Câmara ao apresentar uma lista com 27 assinaturas de integrantes do partido contra o atual líder. A movimentação, no entanto, não deu certo. Pouco depois, Delegado Waldir apresentou uma segunda lista com 32 assinaturas para se manter no cargo.

A situação ficou mais complicada após dois áudios surgirem. Em um deles, Bolsonaro foi gravado pedindo a parlamentares que assinassem a lista contra Delegado Waldir. Já em outro, o líder do PSL na Câmara afirmou que iria “implodir o presidente”.

Delegado Waldir, no entanto, recuou de suas declarações na noite de quinta, mas voltou a criticar o presidente nesta sexta-feira (18). Ele afirmou que o presidente está trabalhando com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).

– Eu fui traído. O presidente pessoalmente está interferindo para me tirar da liderança. Isso não é traição? Se eu sou fiel a ele desde 2011, isso é mentira. Se ele, pessoalmente, junto com o líder do governo, Vitor Hugo, e o senador Ronaldo Caiado trabalham para me derrubar do diretório de Goiás, e assim está fazendo com outros parlamentares do país todo, isso não é traição, isso não é vagabundagem? – questionou.

O parlamentar também disse que estão tentando tirá-lo da presidente do PSL em Goiás.

– Há três meses o senador Ronaldo Caiado, do qual estou adversário político, junto com o Major Vitor Hugo, tentam me tirar da presidência do PSL. Pediram ao presidente da República, e o presidente da República determinou ao presidente [do PSL] Luciano Bivar. Mas isso não foi concretizado – destacou.

Sobre a gravação em que aparece criticando Jair Bolsonaro, o líder do PSL na Câmara disse que baixou o ritmo porque o assunto era um debate dentro do partido.

– Eu não retiro nada do que eu falei, eu simplesmente baixei o ritmo porque foi um debate interno, mas os fatos são verdadeiros. A minha indignação de traição ela permanece – apontou.

Delegado Waldir também afirmou que vai ficar difícil dele permanecer no cargo na Câmara após a interferência do presidente.

– É muito difícil um líder como eu permanecer, considerando que o presidente usa o Palácio do Planalto pessoalmente, ligando para parlamentares, interferindo no parlamento. É extremamente difícil você competir quando ministros, pessoalmente, ligam para cada parlamentar e estão pedindo para assinar a lista que leva para a liderança o filho do presidente – ressaltou.

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