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Monique foi orientada a aderir a um “enredo único”, diz advogada

Thaise Mattar Assad alegou que diversas atitudes da mãe de Henry foram direcionadas para criar uma "versão falsa" dos fatos

Paulo Moura - 29/04/2021 07h50 | atualizado em 29/04/2021 09h23

Monique Medeiros (RJ), 08/04/2021 - Caso Menino Henry
Monique Medeiros Foto: Agência O Globo/Brenno Carvalho

A advogada Thaise Mattar Assad, uma das novas integrantes da defesa de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, afirmou que o pedido feito pela professora, para que a babá Thayná Ferreira apagasse as mensagens de conversas que as duas tiveram, foi parte das ordens que Monique recebeu do vereador Dr. Jairinho para que fosse apresentado um “enredo único”.

– O que a Monique coloca para a gente a todo momento é que ela foi treinada, por diversos momentos, a fazer o depoimento dela e montaram um enredo único [ao] que todos deveriam aderir para que o Jairinho não fosse prejudicado. Ela foi orientada a aderir a um enredo único, uma versão falsa a respeito dos fatos, e as atitudes dela, posteriores, foram no sentido de cumprir essa obrigação – alegou a advogada de defesa.

Em entrevista concedida ao UOL, Assad ainda negou que a carta de 29 páginas, escrita pela mãe de Henry, tenha sido “orientada” pela defesa e argumentou que pontos que seriam importantes em um contexto de defesa criminal, como os fatos que ocorreram após o crime – um exemplo dado foi a ida ao salão de beleza – não são descritos nas palavras de Monique.

– Se você fosse pensar como defesa criminal, fazer uma carta para impactar o Brasil e para explicar o que está todo mundo criticando, eu teria falado: “Monique, me explica sobre salão de beleza, selfie, sobre como você fez essa versão mentirosa”. Tanto não foi que me veio uma situação totalmente inesperada. Ela me narra um contexto de violência grave anterior ao fato – aponta Assad.

Questionada se Monique não teria conhecimento do contexto de grave violência ao qual o filho tinha sido submetido antes de morrer, a advogada afirmou que a crença inicial da mãe de Henry era de que realmente se tratava de um caso de acidente, mas que a percepção dela mudou após ser envolvida no que a advogada classificou como “enredo com mentiras”.

– No primeiro momento, ela estava sim crente de que tinha sido um acidente. Ela só vem a ter noção de que não momentos depois, quando ela começou a ser envolvida num enredo com mentiras e começou a ser pressionada, bloqueada de ver televisão, notícias, ter acesso à família, ao próprio carro e treinada para dar uma versão única – relatou Assad.

Por fim, perguntada se Monique tinha intenção de fugir, por ter sido detida junto com Jairinho, a defensora chamou a possibilidade de “especulação” e disse não ter conhecimento do fato. Assad alegou que Monique estava com o vereador “porque eles estavam juntos” e relatou que a professora estava sem acesso até à própria família.

– Não sei nada em relação à fuga, isso é uma especulação. Ela estava com ele porque eles estavam juntos, e ela me confidenciou que não estava tendo acesso a nada, nem à própria família sozinha. Chegou um determinado ponto ali, de quando se aproximou de ela ir depor, e tudo começou a tomar uma proporção maior do que o Jairinho gostaria – completou.

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