Defesa de Dr. Jairinho diz que declarações de ex são calúnias
Advogados afirmaram que ex-namorada do vereador mentiu e o caluniou por ter sido abandonada por ele no altar
Paulo Moura - 01/04/2021 15h02 | atualizado em 01/04/2021 19h24
O advogado André França Barreto, responsável pela defesa do vereador e médico Jairo Souza Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), enviou uma petição sobre uma das testemunhas da investigação da morte do menino Henry Borel, de 4 anos, enteado do parlamentar, ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª Delegacia Policial (DP) e responsável pela apuração.
No documento, que contém 28 páginas, a defesa alega que a ex-namorada de Jairinho, que relatou agressões a ela e à sua filha, de 3 anos na época, mentiu e o caluniou por ter sido abandonada por ele no altar. De acordo com a petição, a moça chegou a tatuar o nome do vereador em seu braço, e o término do relacionamento teria gerado uma situação “extremamente humilhante” para ela.
A defesa do vereador ainda afirma que, em vez de procurar diretamente a delegacia, a ex-namorada buscou o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry – o que, para o advogado, evidencia a perseguição do rapaz em produzir provas contra Jairinho e sua ex-mulher, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, inclusive contaminando testemunhas.
Entretanto, para o advogado Leonardo Barreto, que defende Leniel, “como pai de um menino de 4 anos morto dessa maneira, ele não tem impedimento legal algum de buscar provas a fim de ajudar nas investigações e para que se chegue à verdade”.
Segundo o depoimento prestado pela ex-namorada, sua filha ficava nervosa, chorava e até vomitava ao ver Jairinho. A menina chegou a contar para a avó materna que também apanhava do parlamentar e que teve a cabeça afundada por ele embaixo da água de uma piscina. Um inquérito foi aberto na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) para apurar o caso.
O FATO
O menino Henry Borel Medeiros morreu no último dia 8 de março, em um hospital da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram um fim de semana normal. Por volta das 19h do dia 7 de março, ele levou o filho de volta para casa onde este morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o médico e vereador do Rio, Dr. Jairinho.
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8 de março, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Ao chegar ao hospital Barra D’Or, Monique e Dr. Jairinho informaram ao pai da criança que eles ouviram um “barulho estranho durante a madrugada e, quando foram até o quarto ver o que estava acontecendo, viram que a criança estava com os olhos virados e com dificuldade de respirar”.
De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente.
Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping onde o garoto foi a um parquinho e do condomínio em que Leniel Borel morava. Segundo os investigadores, o menino chegou aparentemente saudável aos locais.
No dia 17 de março, Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos separadamente por cerca de 12 horas, na 16ª DP. De acordo com a polícia, a mãe e o namorado só foram ouvidos nove dias depois do crime porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.
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