Jairinho ligou para o governador do RJ após a morte de Henry
Vereador perguntou o que seria feito sobre o ocorrido, mas governador afirmou que não iria interferir no caso
Paulo Moura - 01/04/2021 10h15 | atualizado em 01/04/2021 10h22

O médico e vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto do menino Henry Borel, ligou para o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, no dia 8 de março, dia da morte da criança, para contar do ocorrido e perguntar o que seria feito sobre o caso. A informação foi revelada nesta quinta-feira (1°) pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, a ligação aconteceu após a morte da criança e antes do caso chegar ao noticiário. No telefonema, o governador em exercício teria dito que não se envolveria no assunto. O colunista ainda afirmou que Jairinho deu a Castro sua versão do ocorrido, a mesma que ele tem sustentado para a polícia, ou seja, de que ele encontrou o menino desacordado.
De acordo com um relato feito pelo governador a interlocutores, Jairinho perguntou o que seria feito pelas autoridades. Foi nesse momento que Castro, ainda segundo o mesmo relato, respondeu que caberia À Polícia Civil, ou mais especificamente a 16ª DP, investigar o ocorrido — e que não iria interferir no assunto.
O FATO
O menino Henry Borel Medeiros morreu no último dia 8 de março, em um hospital da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram um fim de semana normal. Por volta das 19h do dia 7 de março, ele levou o filho de volta para casa onde este morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o médico e vereador do Rio, Dr. Jairinho.
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8 de março, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Ao chegar ao hospital Barra D’Or, Monique e Dr. Jairinho informaram ao pai da criança que eles ouviram um “barulho estranho durante a madrugada e, quando foram até o quarto ver o que estava acontecendo, viram que a criança estava com os olhos virados e com dificuldade de respirar”.
De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente.
Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping onde o garoto foi a um parquinho e do condomínio em que Leniel Borel morava. Segundo os investigadores, o menino chegou aparentemente saudável aos locais.
No dia 17 de março, Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos separadamente por cerca de 12 horas, na 16ª DP. De acordo com a polícia, a mãe e o namorado só foram ouvidos nove dias depois do crime porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.
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