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Florianópolis quer agentes populares para vigiar e denunciar vizinhos

A prefeitura irá treinar voluntários para espionar pessoas envolvidas em atividades ilegais

Renato Vargens - 09/03/2021 16h29

Projeto visa combater aglomerações Foto: Pixabay

Como se não bastasse o governador do Rio Grande do Sul proibir a venda de eletrodomésticos em supermercados e o prefeito de Nova Granada, no estado de São Paulo, determinar que pessoas suspeitas ou contaminadas com Covid-19 usem uma pulseira de identificação, o prefeito de Florianópolis, aquele que decretou o lockdown de férias no Caribe, deseja converter cidadãos em soldados para espionar e denunciar outros cidadãos que estejam em atividades ilegais relacionadas ao coronavírus.

Por meio do comitê central da “rede solidária Somar Floripa” e da Secretaria Municipal de Segurança Pública, a prefeitura irá treinar cidadãos para, por meio de redes sociais e de WhatsApp, espionar e denunciar pessoas que estejam envolvidas em “atividades-ilegais-e-perigosas-em-relação-à-transmissão-do-coronavírus”. “O processo será esquematizado protegendo a identidade dos agentes voluntários, que serão identificados com codinomes” , informou o site da Prefeitura.

Cidadão poderá denunciar vizinhos

Pois é! Parece que aqueles que nos governam não possuem limites. Lamentavelmente, os direitos individuais assegurados pela Constituição Federal foram rasgados de modo definitivo, visto que prefeitos e governadores não medem esforços para sucatear a tão combalida Carta Magna.

O interessante nisso tudo é que todos eles estão afirmando que tomaram as decisões supracitadas pelo bem da população. Ora, como assim? Desde quando governadores e prefeitos, em nome do achismo e da vontade própria, podem fazem o que desejarem suprimindo a Constituição Federal?

Caro leitor, quando o Estado recebe poder demais ou quando permitimos que governantes extrapolem a Lei e fazem aquilo que bem desejam, suprimindo os direitos civis, damos largos passos ao entendimento de que o poder público pode fazer o que quiser, abrindo precedentes para que, no futuro, outros direitos sejam relativizados e confiscados.

Ademais, não tenho dúvidas de que o socialismo introduzido pelo “gramscismo”, o qual infelizmente logrou êxito no Brasil, contribuiu para o entendimento perigoso de que os fins justificam os meios e que, em nome do “bem-estar”, o “papai Estado” pode destruir direitos impondo ao cidadão aquilo que achar correto.

Pois é! Os autoritaristas são aqueles que bradam e rezam segundo a sua cartilha que diz: “Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado”.

O pior é que muita gente concorda com isso!

O temporas, o mores!

 

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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