“Policiais foram cúmplices de fuga de brasileiros”
Afirmação é do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez
Jade Nunes - 17/12/2018 14h33 | atualizado em 17/12/2018 15h04
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse nesta segunda-feira (17) que “houve cumplicidade” na fuga de dois membros da organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC). Após o episódio, 18 policiais foram detidos.
– Aqui houve cumplicidade. Quem sabe quanto dinheiro correu aqui? – declarou à imprensa local Abdo Benítez, que acrescentou que o governo paraguaio “tem consciência de que o crime organizado se infiltrou” em suas instituições.
Os foragidos são Thiago Ximenes e Reinaldo Araújo, que compartilhavam a mesma cela, da qual escaparam supostamente após cortarem as barras de ferro da janela.
– Eles provavelmente cortaram as barras de uma das janelas por onde saíram – disse o vice-ministro do Interior, Hugo Sosa.
Fontes do ministério informaram que Ximenes, conhecido como “Matrix”, já tinha protagonizado uma fuga da prisão argentina de Ezeiza.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público do Paraguai e também ao Departamento de Assuntos Internos da Polícia Nacional, que intervém para “determinar o grau de responsabilidade, negligência e cumplicidade de cada um dos agentes policiais apreendidos”, segundo o Ministério do Interior.
A segurança no Agrupamento Especializado já estava em interdição depois que o também brasileiro Marcelo “Piloto” assassinou, no final de novembro, em sua cela, uma mulher de 18 anos que foi visitá-lo.
O criminoso cometeu o assassinato para tentar evitar sua extradição ao Brasil, mas, dois dias depois, foi expulso do Paraguai por ordem de Abdo Benítez.
“Piloto” é considerado um dos líderes do Comando Vermelho (CV), a outra organização criminosa brasileira com ramificações no Paraguai.
*Com informações da Agência EFE
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