Clássico do cinema é acusado de idealizar a escravidão
E O Vento Levou foi retirado de serviço de streaming e proibido de ser exibido em cinema francês
Rafael Ramos - 12/06/2020 18h24
Em meio à onda de protestos que se arrasta por algumas partes do mundo motivada por questões raciais, um clássico do cinema do final da década de 30 foi acusado de idealizar a escravidão. O longa em questão é o filme E O Vento Levou, estrelado por Clark Gable e Vivien Leigh.
Tudo começou depois que o roteirista do filme 12 Anos de Escravidão (2013), John Ridley, publicou um artigo no Los Angeles Times acusando E O Vento Levou de “perpetuar estereótipos raciais e glorificar o Sul escravocrata americano pré-Guerra Civil”. Ridley ainda que o longo fosse retirado da plataforma de streaming HBO Max.
A decisão foi acatada pela distribuidora americana Warner Bros., a qual a HBO pertence. O filme também foi retirado da programação do Grande Rex, de Paris, na França. O cinema vai reabrir as portas no dia 22 de junho e a obra dirigida por Victor Fleming seria uma das atrações.
A decisão foi criticada por parte do público. Até mesmo ativistas negros acusaram a Warner Bros. de censurar o filme que rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante a Hattie McDaniel, que se tornou a primeira atriz negra a receber o prêmio. Ela deu vida à empregada de Scarlett O’Hara (Vivien Leigh), uma jovem branca filha de um latifundiário, no sul dos Estados Unidos durante a Guerra de Secessão.
– Espero sinceramente ser sempre motivo de orgulho para a minha raça e para a indústria cinematográfica. Meu coração está pleno demais para lhes dizer como me sinto e posso dizer obrigada. Que Deus os abençoe – discursou Hattie, na época da premiação.
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