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O que é a suspeição de um juiz e como Lula pode ser beneficiado?

Supremo Tribunal Federal julga se Sergio Moro foi parcial ao condenar o petista

Pleno.News - 09/03/2021 17h43

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Sergio Moro Foto: Reprodução

Um juiz se declara “impedido de julgar” um caso ou “em suspeição para julgar” um processo quando ele reconhece que é parcial para deliberar sobre o assunto, ou seja, que ele pode tomar o lado de uma das partes, comprometendo o princípio segundo o qual um julgador tem de ser neutro ou imparcial. Se o juiz tiver um lado, isso põe em xeque o direito que as pessoas têm a um julgamento justo.

Idealmente, um juiz reconhece que ele é parcial para julgar um assunto. Mas, se o julgador deixa de fazer isso, os julgados podem pedir o afastamento desse juiz de um caso por meio de uma ação chamada “arguição de suspeição”. É isso que os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediram: que o Supremo Tribunal Federal (STF) considere o ex-juiz Sergio Moro parcial nas ações contra o ex-presidente.

Apesar de as condenações contra Lula terem sido anuladas nesta segunda-feira pelo ministro Edson Fachin, o motivo considerado foi uma questão de incompetência de Moro – ou seja, Fachin reconheceu que Moro não era o juiz competente para julgar Lula por questões territoriais. Como os supostos crimes ocorreram em Brasília, o caso não deveria ter sido julgado pela 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro era juiz.

Mas essa decisão de Fachin só anulou as condenações e manteve toda a instrução penal feita sob a coordenação de Moro: os atos de inquéritos, as buscas e apreensões, os depoimentos, as conduções coercitivas, as perícias, as oitivas das testemunhas, as quebras de sigilo bancário e telefônico que foram realizadas por autorização de Moro poderiam ainda ser aproveitados pelo novo juiz do caso, se ele quiser. Assim, o processo correria mais rapidamente.

Já a suspeição é o reconhecimento de que o juiz foi parcial em todas as suas ações, o que significa a anulação de todo o processo. Isso significa que o juiz de Brasília terá que recomeçar os processos do zero, sem poder aproveitar nada que Moro fez.

Na prática, isso significa que dificilmente Lula será condenado em primeira e segunda instância antes das eleições de 2022 e poderia disputar pleito.

*Estadão

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