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Lula sugere que “candidato como ele” teria vencido em 2018

Presidente abordou o assunto durante conversa com jornalistas

Pleno.News - 28/03/2024 21h36 | atualizado em 01/04/2024 17h25

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, ministro da Fazenda Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu, nesta quinta-feira (28), que o Partido dos Trabalhadores (PT) poderia ter vencido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se um “candidato como ele” tivesse competido na eleição à Presidência em 2018 no lugar de Fernando Haddad, seu atual ministro da Fazenda.

Haddad tem sido criticado por alas do partido pela condução da política econômica, inclusive em manifestações públicas, e já era visto com desconfiança no passado, pelo desempenho quando concorreu a prefeito da capital paulista.

– Sinceramente, não sei se aqui no Brasil a gente tivesse um Lula para indicar no meu lugar, e não um Haddad para indicar, se a gente teria ganhado – afirmou Lula em entrevista a jornalistas ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, que visita o país.

Quase seis anos atrás, Haddad teve 44,87% dos votos válidos ante 55,13% de Bolsonaro e foi derrotado no segundo turno. Foi o próprio Lula quem orientou o PT a escolher o atual ministro como candidato à Presidência da República em 2018. Ele era o plano B caso Lula, àquele momento condenado e preso na Operação Lava Jato, não pudesse ser o nome para a eleição presidencial.

Um grupo do partido se opôs ao nome dele, mas quando a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou no dia da convenção nacional do partido, em agosto de 2018, que ele comporia a chapa de Lula como vice e virtual substituto de Lula, Haddad foi aclamado e discursou em tom de agradecimento.

A decisão foi confirmada um mês depois, em 11 de setembro daquele ano. O aval de Lula para o nome de Haddad só ocorreu no último dia do prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o partido definir o substituto do então ex-presidente na disputa.

Na ocasião, o TSE, com base na Lei da Ficha Limpa, barrou a candidatura de Lula por causa de sua condenação em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – julgamento posteriormente anulado, em 2021.

Haddad era alvo de críticas internas por ter perdido a eleição para prefeito de São Paulo no primeiro turno, em 2016, mas ele foi empoderado por Lula como coordenador do programa de governo petista.

O atual ministro da Fazenda conseguiu receber, parcialmente, a transferência de voto do eleitor que desejava optar por Lula no pleito e ir ao segundo turno, mas Bolsonaro sagrou-se vencedor.

Uma revanche entre Bolsonaro e o PT ocorreu em 2022 – dessa vez, Lula pôde disputar a eleição e venceu com 50,83% dos votos válidos ante 49,17% do seu rival.

HADDAD CONTINUA ALVO DE CRÍTICAS DO PT POR TRABALHO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA
Gleisi, presidente nacional do PT, e Haddad trocaram farpas em 2023 em razão da condução da política econômica nacional. A divergência continua em 2024. No episódio mais recente, já em janeiro, Gleisi disse, ao jornal O Globo, que criticar as decisões do ministro da Fazenda é “um dever” e faz parte da tradição do partido.

A postura provocou críticas de um dos quadros mais importantes e principais analistas do PT, o ex-ministro José Dirceu. Ele disse que foi “quase uma covardia” não ter havido total apoio às propostas econômicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

– Outro papel do partido é sustentar o governo, apoiar o governo. Quando o governo apresenta uma política, nosso papel é apoiar – afirmou.

E continuou:

– No caso do Haddad, é quase uma covardia não dar apoio total a ele para aprovar todas as medidas que ele queria. Porque todas as medidas que ele queria, transforma o déficit zero num mal menor – apontou.

*AE

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