Monique Mello - 24/03/2024 12h04 | atualizado em 25/03/2024 12h50

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) perdeu o processo por danos morais que movia contra a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A ação por danos morais se deu por conta de um comentário de Gleisi em 2023 associando Zanatta ao nazismo.

O episódio, em março do ano passado, foi motivado por uma publicação de Zanatta na qual ela aparece armada com um fuzil e vestindo uma camiseta com o desenho de uma mão com quatro dedos alvejada por três tiros, além de imagens de armas e os dizeres “come and take it” (“venha pegar”), em alusão à política desarmamentista do governo petista.

Entre as muitas reações à imagem, uma que chamou a atenção foi a de Gleisi Hoffmann, dizendo que a postagem revela um “comportamento nazista da deputada de SC, de apologia à violência contra Lula”. Ela disse ainda que a sociedade brasileira e suas instituições é que não podem baixar a guarda “com quem insiste [em] incitar a violência e semear o ódio”.

A deputada catarinense respondeu a postagem de Gleisi questionando suas afirmações e acusando-a de censura e quebra de decoro.

– A senhora está chamando uma colega deputada de nazista? Vamos ver quem vai para o Conselho de Ética agora – disse.

No processo, Zanatta pedia uma indenização de R$ 50 mil, o que foi negado pelo juiz Marcelo Carlin, da 2ª Vara Cível de Curitiba. O magistrado considerou que “não foram extrapolados os limites da liberdade de expressão”.

– Sobretudo porque não divulgou fake news, mas sim, realizou severa crítica política destinada à autora, sem se utilizar de orientações/interesses/atributos da vida privada dessa – disse o juiz em sua justificativa.

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