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Polícia prende Dr. Jairinho e mãe de Henry pela morte do menino

Policiais concluíram que agressões aconteciam desde fevereiro e que Monique sabia do fato

Paulo Moura - 08/04/2021 06h20 | atualizado em 08/04/2021 09h40

Dr. Jairinho foi preso na manhã desta quinta-feira Foto: Reprodução/TV Globo

Exatamente um mês após a morte do menino Henry Borel, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) prendeu nesta quinta-feira (8) o vereador carioca Dr. Jairinho e Monique Medeiros, mãe do garoto. Investigadores afirmam que a criança foi assassinada. Policiais descobriram que Jairinho agredia o menino com chutes e golpes na cabeça e que a mãe sabia disso pelo menos desde fevereiro.

De acordo com os agentes, o casal também é suspeito de atrapalhar as investigações e de ameaçar testemunhas para combinar versões. Os mandados que determinaram a prisão dos dois foram expedidos na quarta-feira (7) pelo 2° Tribunal do Júri da Capital. A detenção é temporária, por 30 dias.

Os investigadores passaram a acompanhar os passos do casal há dois dias. Na noite de quarta-feira (7), os policiais descobriram que Jairinho e Monique não dormiriam na casa de seus familiares, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, como vinham fazendo desde a morte do menino, quando deixaram o condomínio Majestic, na Barra da Tijuca.

Jairinho saiu da casa do pai, o ex-deputado estadual Jairo dos Santos, o coronel Jairo, com uma mochila e buscou a mulher na casa dos pais dela. Também com uma mochila, eles seguiram para uma outra casa na mesma região, onde passaram a noite. Desde o dia 8 de março, os policiais ouviram ao menos 18 testemunhas e reuniram provas técnicas que descartam a hipótese de acidente.

Além de dois laudos periciais, de necropsia e de local – realizado nas três visitas ao apartamento 203, do bloco 1 do condomínio onde moravam – dados extraídos dos telefones celulares do casal, apreendidos no último dia 26, também formaram um conjunto de elementos para embasar o pedido do delegado Henrique Damasceno, que lidera as investigações.

Os policiais descobriram ainda que, após o início da apuração do caso, conversas foram apagadas nos telefones celulares dos dois. Os agentes suspeitam, inclusive, que eles tenham trocado de aparelho. A perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) usou um software israelense, o Cellebrite Premium, comprado pela PC no último dia 31 de março, para recuperar o conteúdo.

Em relação a Monique, mãe de Henry, que namorava o vereador desde 2020, os policiais levantaram informações sobre o comportamento dela após a morte do filho que chamaram a atenção. Primeiro, ela chegou a trocar de roupa duas vezes até escolher o melhor modelo: toda de branco, para ir à delegacia.

Outro fato que saltou aos olhos foi que, no dia seguinte ao enterro, Monique passou a tarde no salão de beleza de um shopping na Barra da Tijuca. Três profissionais cuidaram dos pés, das mãos e do cabelo da professora, que pagou R$ 240 pelo serviço.

A primeira importante prova que chegou às mãos dos investigadores foi um laudo assinado pelo médico legista Leonardo Huber Tauil, feito após duas autópsias realizadas no cadáver da criança, nos dias 8 e 9 de março. A causa da morte foi por “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]”.

No documento, o perito do Instituto Médico Legal (IML) descreve que a criança sofreu “múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores”, “infiltração hemorrágica” na parte frontal, lateral e posterior da cabeça. Ele apontou “grande quantidade de sangue no abdômen”, “contusão no rim” e “trauma com contusão pulmonar”.

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