Rafael Ramos - 28/03/2019 16h18 | atualizado em 28/03/2019 16h21

A banda alemã Rammstein causou polêmica com o clipe da canção Deutschland (Alemanha), lançado nesta quinta-feira (28). Em uma das cenas, os integrantes do grupo aparecem vestidos com uniformes semelhantes aos usados pelos judeus nos campos de concentração da Alemanha nazista. Em determinado momento, os músicos surgem com cordas no pescoço, enquanto outro limpa os sapatos de um general alemão.

O ex-presidente do Conselho Central dos Judeus, Charlotte Knobloch, acusou a Rammstein de se usar o “sofrimento e a morte de milhões com o objetivo de entreter”. Já o comissário do Antissemitismo do Governo Federal, Felix Klein, considerou o clipe “uma exploração de mau gosto da liberdade artística”.

O porta-voz do Yad Vashem (memorial do Holocausto em Jerusalém), Iris Rosenberg, também comentou o caso.

– O Yad Vashem geralmente não critica o trabalho artístico que relembra imagens do Holocausto. Acreditamos que uma representação artística respeitosa pode acontecer, a menos que insulte, degrade ou desonre a memória do Holocausto. Portanto, o Yad Vashem desafia os artistas a agirem de forma responsável e a respeitarem a memória das vítimas do Holocausto e os sobreviventes dos horrores da época.

Não é a primeira vez que a banda Rammstein se envolve em polêmica com os judeus. No clipe da canção Stripped (Despojada), lançado em 1998, os músicos usaram trechos de Olympia, filme de 1936, usado como propaganda nazista.

Leia também1 Jair Bolsonaro: "Texto sobre ditadura não é comemoração"
2 Lobão: "O regime militar foi tacanho, imbecil e ingênuo"
3 Ernesto Araújo diz que Brasil não sofreu golpe em 1964