Leiliane Lopes - 16/01/2023 21h03 | atualizado em 17/01/2023 11h38

O banco BTG Pactual é um dos credores da Americanas. O banco entrou com um agravo de instrumento contra a decisão da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro que aceitou o pedido da rede varejista para suspender os vencimentos antecipados e efeitos da inadimplência.

O documento apresentado ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) acusa a rede de lojas de cometer fraude ao buscar proteção judicial para não arcar com seus compromissos financeiros.

O BTG terá que devolver R$ 1,2 bilhão que recebeu da Americanas, valor este que, segundo o banco, é “apenas uma fração do crédito aberto”.

– É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção “contra” a sua própria fraude – diz trecho do agravo de instrumento apresentado pelo banco.

O documento critica diretamente os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, apontando a atuação deles em outras empresas que eles administraram nas últimas décadas.

Outro ponto apresentado é a tentativa da empresa de retirar R$ 800 milhões em investimentos no banco em 11 de janeiro, horas antes de anunciar seus problemas financeiros.

– O escândalo da Americanas não se trata de um rombo recente, mas construído ano a ano há mais de década, tudo parte de um plano engendrado para lucrar às custas de todo o mercado financeiro e sair ileso, com bens blindados no exterior – acusa o BTG.

Os advogados que representam o banco escreveram ainda no documento que a concessão de tutela de urgência teve sua finalidade distorcida por decorrer de uma fraude.

Juntos, o trio de acionistas controladores da Americanas teriam R$ 180 bilhões em patrimônio; o banco entende que esse montante seria mais do que suficiente para honrar com os compromissos da empresa.

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