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Desequilíbrio do pH do cérebro pode provocar Alzheimer

Descoberta poderia ajudar futuramente em casos de diagnóstico precoce

Jade Nunes - 03/08/2018 10h00

Alzheimer é uma doença com alta incidência entre idosos Foto: Pixabay

Um “simples” desequilíbrio do pH nas células cerebrais pode ser uma das causas do Alzheimer, revelou um estudo divulgado nesta quinta-feira (2) pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

A descoberta sobre esta implicação química poderia ajudar futuramente em casos de diagnóstico precoce deste transtorno, explicou Rajini Rao, professora de fisiologia da Faculdade de Medicina da Johns Hopkins. Quando os processos celulares não conseguem eliminar as chamadas proteínas beta-amilóide, elas se acumulam em volta dos neurônios, o que leva à degeneração das células nervosas e à deterioração da memória.

Para reverter este acúmulo, os pesquisadores forneceram enzimas histonas deacetilases (HDAC) a células de ratos, que responderam com a estabilização bem-sucedida do pH.

O uso destes inibidores é aprovado pela Administração de Alimentos e Remédios (FDA) dos Estados Unidos para pacientes com certos tipos de câncer no sangue, mas não para aqueles com Alzheimer, já que a maioria não é capaz de ultrapassar a barreira de sangue de entrada ao cérebro. Segundo o estudo, publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Procedimentos da Academia Nacional de Ciências, em português), esse impedimento é um desafio significativo para o uso direto dos remédios para os transtornos cerebrais.

Para saber se vale a pena centrar os esforços no desenvolvimento de HDAC que sejam capazes de acessar o cérebro, os pesquisadores estão analisando novos experimentos para averiguar se estes inibidores têm o mesmo efeito nas células de pacientes humanos. Os cientistas acharam evidências no desequilíbrio do pH dos endossomos, os orgânulos transportadores de nutrientes das células, como uma das causas do Alzheimer.

– Quando o Alzheimer é diagnosticado, grande parte do prejuízo neurológico já está feito, e o mais provável é que seja muito tarde para reverter a progressão da doença – disse a pesquisadora.

Segundo ela, é por isso que é preciso se concentrar nos sintomas precoces mais avançados da doença.

– A biologia e a química dos endossomos são importantes muito antes começar a deterioração cognitiva – defendeu.

Por enquanto, não existe remédio para prevenir ou reverter o Alzheimer, que é uma doença com alta incidência entre os idosos e afeta 50 milhões de pessoas no mundo todo.

*Com informações da Agência EFE

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