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Uso da cloroquina é ‘clamor popular’, diz secretária

Ministério da Saúde mudou protocolo de uso da medicação

Pleno.News - 20/05/2020 21h32 | atualizado em 20/05/2020 22h48

Secretária Mayra Pinheiro defendeu o novo protocolo da cloroquina Foto: PR/Júlio Nascimento

Exigência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a ampliação no protocolo de uso da cloroquina e hidroxicloroquina também para casos leves do novo coronavírus ocorreu devido a um clamor da sociedade, afirmou nesta quarta-feira (20) a secretária de gestão em trabalho em saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.

– A motivação para confecção desse documento vem da necessidade de uma resposta à população. Temos mais de 18 mil mortes no Brasil, mais de 327 mil mortes do mundo, e há um clamor da sociedade que chega ao ministério através de sociedades médicas, representações populares e parlamentares pedindo uma manifestação formal – disse ela, usando uma máscara com bandeira do Brasil e o logotipo do SUS.

A secretária também apontou que há uma diferenciação de classe econômica para a prescrição da cloroquina.

– No Brasil, para brasileiros de uma determinada classe social, há o direito da prescrição médica desses medicamentos, e para uma camada menos favorecida economicamente, há uma limitação do acesso a essas medicações. Entendo a preocupação do presidente como eleito pelo povo brasileiro para que ele possa disponibilizar esse direito pelo Ministério da Saúde – completou.

Pinheiro confirmou que a nova orientação não foi analisada pela Conitec, comissão que analisa a incorporação de medicamentos no SUS. Ela justificou a falta de avaliação pelo fato de que os remédios já são usados para outras doenças. Em geral, porém, o comitê costuma ser consultado também para mudanças de indicações de uso.

– Estamos falando de disponibilizar uma orientação. Essas medicações já passaram pela Conitec em outras fases. Estamos falando de uma guerra onde precisamos disponibilizar o direito que é clamado por brasileiros – disse.

Embora cite estudos iniciais, Pinheiro reconheceu, porém, que não há evidências científicas de benefícios do uso do medicamento.

– Estamos em um período em que mortes ocorrem em volume muito maior do que os estudos que conseguimos publicar para que possamos afirmar os resultados falando de eficácia – afirmou.

Em seguida, comparou o risco de efeitos adversos a outros medicamentos.

– É uma medicação que tem segurança apesar de eventos adversos comuns a outros fármacos. Temos medicações como paracetamol que podem causar hepatite fulminante e matar as pessoas e são usadas todos os dias para febre ou dor. Estamos falando de uma pandemia e situação de emergência em que nossa responsabilidade enquanto ministério é usar todos os meios – afirmou.

Pinheiro citou parecer do Conselho Federal de Medicina para justificar a decisão rápida. Em abril, o conselho definiu que médicos podem prescrever o medicamento também para casos leves, desde que com consentimento do paciente sobre os riscos.

– A nós, cabe uniformizar essa recomendação e garantir que essas medicações possam ser ofertadas, e para isso não precisamos nesse momento de mais autorizações – afirmou.

Segundo o secretário-executivo do ministério, Antônio Elcio Franco, a pasta deve fazer uma nota informativa sobre as mudanças, já apresentadas em parecer técnico divulgado nesta quarta (20), que não tinha assinaturas. A nota será assinada por todos os secretários da pasta ou seus substitutos, informa.

*Folhapress

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