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Moro busca diálogo com Gilmar e sai humilhado de encontro

Decano do STF disse ao ex-juiz da Lava Jato que ele e Dallagnol "roubavam galinha juntos"

Marcos Melo - 04/04/2024 16h37 | atualizado em 05/04/2024 15h33

Gilmar Mendes e Sergio Moro Foto: STF/Rosinei Coutinho; Foto: EFE/André Borges

Uma conversa entre o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, na última terça-feira (2), no gabinete do decano, foi revelada pela jornalista Monica Bergamo, e está dando o que falar.

Quem também esteve a bordo do diálogo, que durou cerca de 90 minutos, foi o senador Wellington Fagundes (PL-MT), que atuou como intermediador do encontro, a pedido do ex-juiz da Lava Jato.

Sobre a operação, Moro negou que tenha cometido ilegalidades e afirmou que não tinha relação com o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol, e ligeiramente deixou claro:

– Não vim aqui me defender.

Em seguida, o senador foi interrompido por Gilmar, que disparou:

– Você e Dallagnol roubavam galinha juntos. Não diga que não, Sergio – disse Gilmar.

Durante o encontro, Moro se referiu a Gilmar como “ministro” e “senhor”, mas o tratamento respeitoso não ocorreu em reciprocidade, já que o decano do STF respondia utilizando “Sergio” e “você”.

– Tudo o que a vaza jato (sic) revelou, eu já sabia que você e Dallagnol faziam. Vocês combinavam o que estaria nas peças. Não venha dizer que não – disse Gilmar.

Assustado, Moro seguiu tentando mostrar que não tinha estreita relação com outro desafeto do ministro, o juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas. Gilmar não considerou.

– Certa vez, Sergio, o Paulo Guedes veio aqui ao meu gabinete e disse orgulhoso que havia sido ele quem havia ido a Curitiba convidar você para ser ministro do Bolsonaro. Eu disse a ele que talvez ele não tenha percebido, mas, ao conseguir tirar você de Curitiba, ele deveria colocar isso no currículo. Foi certamente um dos maiores feitos dele no ministério – disse o magistrado dando prosseguimento às suas afrontas.

Moro destacou que jamais atacou o Supremo e que não concordava com os ataques desferidos ao tribunal. Também disse que rompeu com Bolsonaro quando, em 2020, notou que estava apenas sendo usado pelo então presidente.

– Você faltou a muitas aulas, Sergio. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar – tripudiou Gilmar.

Moro não teria pedido qualquer ajuda de Gilmar no que tange ao processo de cassação de seu mandato, que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Sobre a possibilidade de manter o diálogo aberto, Gilmar disse que sim.

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