Flávio confirma reunião de do Val e Bolsonaro, mas nega crime
Senador fez declaração durante sessão no Senado nesta quinta-feira
Paulo Moura - 02/02/2023 13h41 | atualizado em 02/02/2023 13h51

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou, nesta quinta-feira (2), durante sessão no Senado, que a reunião citada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-deputado federal Daniel Silveira realmente aconteceu, mas disse que a situação narrada “não configura nenhum tipo de crime”.
– Sobre o que está sendo noticiado hoje, com relação à fala do senador Marcos do Val, ele já havia me relatado o que tinha acontecido, daquilo que seria trazido a público; contudo, numa linha de que essa reunião que aconteceu seria uma tentativa de um parlamentar de demover as pessoas que estavam nessa reunião de fazer algo absolutamente inaceitável, absurdo e ilegal. Então o que eu peço aqui, obviamente, é que todos os esclarecimentos sejam feitos e eu não digo nem abertura de inquérito, porque a situação que foi narrada não configura nenhuma espécie de crime – disse.
Durante a madrugada desta quinta, Marcos do Val chegou a acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro de coagi-lo para se aliar a ele em uma tentativa de golpe de Estado. No entanto, já durante a manhã, o senador deu uma nova versão e disse que, na verdade, quem teria apresentado um plano, que incluía grampear o ministro Alexandre de Moraes, teria sido o ex-deputado Daniel Silveira.
– O presidente [Bolsonaro] estava numa posição semelhante à minha, ouvindo uma ideia esdrúxula do Daniel. Quando a imprensa diz que ele me coagiu, isso não confere – relatou Marcos do Val.
O senador ainda afirmou que, ao tentar convencê-lo, Silveira teria dito que o ato seria “uma missão que salvaria o Brasil”. Marcos do Val relatou também que Bolsonaro teria ficado calado na reunião.
– Não aceitei. Isso [grampear alguém] é ilegal. Você precisa ter autorização de um juiz – disse do Val.
Nesta quinta, o ministro Moraes aceitou um pedido da Polícia Federal (PF) e determinou que do Val preste depoimento em até cinco dias no inquérito que investiga o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres por suposta anuência aos ataques contra prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro.
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