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Glória Maria registra momentos notáveis na TV brasileira

Confira a trajetória da jornalista na profissão

Pleno.News - 02/02/2023 12h09 | atualizado em 02/02/2023 12h22

Glória Maria Foto: Divulgação/TV Globo/Ramón Vasconcelos

A jornalista e apresentadora Glória Maria – que morreu na manhã desta quinta-feira (2) no Rio, aos 73 anos – participou de inúmeros momentos marcantes da TV brasileira, especialmente na Rede Globo. Ela foi a primeira a entrar ao vivo no Jornal Nacional na transmissão da primeira matéria a cores do noticiário, em 1977, mostrando o movimento de saída de carros do Rio de Janeiro, em um fim de semana.

A estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Aos poucos, começou a colecionar grandes feitos na tela: no Bom Dia Rio, fez a primeira reportagem do matinal local, há 40 anos, sobre a febre das corridas de rua.

Em janeiro de 1977, cobriu a posse do presidente americano Jimmy Carter em Washington. No Brasil, também entrevistou chefes de Estado, como o ex-presidente João Baptista Figueiredo (PDS).

– Foi quando ele fez aquele discurso dizendo: “Eu prendo e arrebento”. Na hora, o filme acabou e não tínhamos conseguido gravar. Aí eu pedi: “Presidente, é a TV Globo, o Jornal Nacional, será que o senhor poderia repetir?”. “Problema seu, eu não vou repetir”, disse Figueiredo. Onde eu chegava, o então presidente dizia para a segurança: “Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim” – relembrou ela, em depoimento à Globo.

Na emissora, tornou-se conhecida por pelas matérias especiais e viagens a lugares exóticos, especialmente a partir de 1986, quando passou a integrar a equipe do Fantástico, programa do qual foi apresentadora entre 1998 e 2007. Glória entrevistou celebridades como Michael Jackson, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madonna.

Com a cantora, aliás, viveu um momento único: ciente da impaciência de Madonna (a cantora chegou a debochar de Marília Gabriela por causa de seu inglês) e também por contar com apenas quatro minutos para fazer a entrevista, ela, nervosa, disse:

– Olha, Madonna, eu tenho quatro minutos, vou errar no inglês, estou assustada, acho que já perdi os quatro minutos. Para minha surpresa, a cantora virou-se para a equipe técnica e disse: “Dê a ela o tempo que ela precisar” – contou Glória.

Glória Maria participou ainda de coberturas relevantes, com a Guerra das Malvinas (1982), a invasão da embaixada brasileira do Peru por um grupo terrorista (1996), os Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) e a Copa do Mundo na França (1998).

Depois que encerrou sua passagem pelo Fantástico, Glória Maria ficou dois anos longe do ar para se dedicar a projetos pessoais, como as viagens à Índia e à Nigéria, onde trabalhou como voluntária. Nesse período, adotou as meninas Maria e Laura.

Em setembro de 2019, Sérgio Chapelin se aposentou, após 23 anos no Globo Repórter. A partir daquele mês, Glória Maria passou a dividir o programa com a jornalista Sandra Annenberg.

– Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais – disse o comunicado enviado pela Globo.

A jornalista estava internada, tratando um câncer. Glória deixa duas filhas, Maria e Laura.

*AE

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