Pleno.News - 27/06/2023 13h06 | atualizado em 27/06/2023 13h27

A deputada federal transexual Duda Salabert (PDT) declarou que um dos jovens presos por praticar crimes contra adolescentes na rede social Discord a ameaçava de morte desde o ano de 2020. O homem em questão foi identificado como William Maza dos Santos, de 20 anos, e é suspeito de integrar um grupo que utilizava a plataforma para atrair, estuprar, agredir e expor adolescentes.

– Desde 2020 recebo ameaças de morte assinadas por símbolos nazistas de uma célula da qual William Maza possivelmente participava. Por causa dessas ameaças, perdi meu emprego de professora, pois eles encaminharam essas ameaças aos donos e à direção da escola que eu trabalhava – contou Salabert, nesta segunda-feira (26), conforme o portal G1.

A parlamentar pediu que a polícia realize uma investigação detalhada para descobrir possíveis financiadores. Em sua avaliação, podem haver figuras políticas por trás das agressões.

– Esse caso não é pontual, é estrutural. Pode ser que essa estrutura tenha, inclusive, o envolvimento de parlamentares e agentes políticos. Digo isso porque essa estrutura só me ataca em contextos de campanha eleitoral – destacou.

Salabert afirmou que as últimas mensagens enviadas por William ocorreram em agosto de 2022 e tinham conotação racista, homofóbica e nazista. Nesta segunda (26), a deputada expôs no Twitter emails que teriam sido enviados por ele.

William Maza, criminoso que me enviou e-mails me ameaçando de morte, foi preso!

Ele é um dos denunciados na matéria do Fantástico sobre o grupo que usava o aplicativo Discord p/ atrair, estuprar, expor e chantagear meninas menores de idade

Na época,nos falamos por telefone pic.twitter.com/PDslyn0WyY

— Duda Salabert (@DudaSalabert) June 26, 2023

Na ocasião das ameaças, Duda solicitou escolta e ligou para o telefone de William dizendo que estava levando o caso à polícia. À época, o tio do jovem teria aparecido no gabinete de Duda se apresentando como advogado do rapaz e dizendo que ele era inocente.

Para a deputada, não se trata de um episódio isolado, mas algo “muito maior”. A defesa de William foi contatada pelo G1, mas não chegou a se manifestar.

– São grupos neonazistas que infelizmente têm influenciado parte da juventude brasileira. Há uma relação muito maior, os jovens são só a ponta do iceberg – completou Salabert.

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