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Defesa de Jair Bolsonaro rebate indiciamento da PF por fraude

Corporação acusou o ex-presidente por suposta prática de associação criminosa e inserção de dados falsos em cartão de vacinação

Henrique Gimenes - 19/03/2024 21h18 | atualizado em 20/03/2024 10h47

Ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: EFE/Marcelo Chello

Nesta terça-feira (19), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou sobre o relatório da Polícia Federal (PF) que o indiciou por uma suposta fraude no cartão de vacinação contra a Covid-19. Em nota enviada à imprensa, os defensores afirmaram que ele “jamais determinou ou soube que qualquer de seus assessores tivessem confeccionado certificados vacinais com conteúdo ideologicamente falso”.

Bolsonaro integra a lista de 17 pessoas que foram indiciadas, nesta segunda (18), pela PF, no inquérito que apura a suposta falsificação de certificados de vacinas de Covid-19. Ao decidir pelo indiciamento, a PF acusou o ex-presidente pela suposta prática dos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos.

Os advogados que assinam o documento, Paulo Amador Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten, afirmam, no entanto, que é “público e mundialmente notório, que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, por convicções pessoais, jamais fez uso de qualquer imunizante contra Covid-19, a despeito de haver adquirido e disponibilizado milhões de doses a todos os cidadãos brasileiros”.

A defesa também explica que Bolsonaro “não precisava utilizar qualquer documento vacinal, dada sua condição diplomática, para realizar viagem internacional”, além de explicarem que a filha dele, Laura Bolsonaro, “à época com 12 anos de idade, estaria dispensada de atestado vacinal, visto que nenhum país do mundo impunha a exigência vacinal a crianças”.

Por fim, os advogados ressaltam ainda que se “qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes. Certamente não há nos autos nenhuma prova de conduta do ex-presidente em sentido diverso, sendo certo que não havia nenhuma necessidade para tanto”.

Leia a íntegra da nota:
A defesa do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, tendo tomado conhecimento esta manhã, por meio de diversos veículos de imprensa, acerca da decisão de formalização de indiciamento de seu cliente nos autos da Petição 10405, que apura fraudes na confecção de cartões vacinais, vem esclarecer o quanto segue:

1. É público e mundialmente notório, que o ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, por convicções pessoais, jamais fez uso de qualquer imunizante contra COVID-19, a despeito de haver adquirido e disponibilizado milhões de doses a todos os cidadãos brasileiros.

2. Ao ingressar nos Estados Unidos da América (EUA), no final de dezembro de 2022, nenhum atestado vacinal lhe foi solicitado, visto que, na condição de presidente da República, estava dispensado de tal exigência.

3. Ao deixar os EUA, em março de 2023, realizou teste de PCR na véspera, valendo-se de tal documento para regressar ao Brasil.

4. O ex-Presidente JAMAIS determinou ou soube que qualquer de seus assessores tivessem confeccionado certificados vacinais com conteúdo ideologicamente falso.

5. As razões, bastante perfunctórias, indicadas pelo Exmo. Delegado de Polícia Federal, ignoram que não haveria qualquer motivo razoável ou efetividade na falsificação de certificados vacinais em relação ao ex-Presidente e a sua filha, menor de 18 anos.

6. O ex-Presidente não precisava utilizar qualquer documento vacinal, dada sua condição diplomática, para realizar viagem internacional.

7. Sua filha, à época com 12 anos de idade, estaria dispensada de atestado vacinal, visto que nenhum país do mundo impunha a exigência vacinal à crianças.

8. Se, pelas razões expostas, tanto o ex-Presidente como sua filha não necessitavam de certificados vacinais para empreenderem viagem, é inafastável a indagação de qual seria o motivo razoável para que se aderisse a uma arriscada empreitada clandestina e criminosa.

9. Por derradeiro, não é demais obtemperar, de forma hipotética, que se o ex-Presidente, mundialmente conhecido por sua posição pessoal em não utilizar nenhum imunizante, apresentasse um certificado vacinal em qualquer posto de imigração no mundo, séria imediatamente reconhecido e publicamente desqualificado em razão da postura que sempre firmou em relação ao assunto.

10. Assim, a decisão da autoridade policial no caso em apreço se demonstra precipitada, ao menos com relação ao ex-Presidente, visto que não há fundada e objetiva suspeita de sua participação ou autoria nos delitos em apuração.

11. Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-Presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes. Certamente não há nos autos nenhuma prova de conduta do exPresidente em sentido diverso, sendo certo que não havia nenhuma necessidade para tanto.

São Paulo, 19 de março de 2024

Paulo Amador da Cunha Bueno OAB/SP nº 147.616
Daniel Bettamio Tesser OAB/SP n.° 208.351
Fábio Wajngarten OAB/SP n.° 162.273

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