Gabriela Doria - 07/11/2019 15h30 | atualizado em 07/11/2019 16h03

O deputado Rui Falcão (PT-SP) apresentou uma reclamação disciplinar contra o procurador Deltan Dallagnol e outros integrantes da Operação Lava Jato no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que fiscaliza a atuação dos integrantes do órgão.

Na peça, ele afirma que integrantes da força-tarefa “instrumentalizaram a punição da Petrobras” nos EUA por causa do escândalo do petrolão em benefício próprio e de terceiros, como clientes do advogado Modesto Carvalhosa.

A estatal recebeu multas de US$ 685 milhões, nos EUA, que deveriam ser revertidos às autoridades brasileiras.

– Surpreendentemente, e em patente desvio de finalidade, a força-tarefa costurou acordo com a Petrobras destinando 50% para a satisfação de eventuais condenações ou acordos com acionistas que investiram no mercado acionário brasileiro e ajuizaram ação de reparação, inclusive arbitragens – diz o texto.

Falcão e seus advogados afirmam que houve “direcionamento de dinheiro público para acionistas específicos cujo advogado que seria beneficiado possuía e possui laços subjetivos com os procuradores”. Os valores seriam de “aproximadamente R$ 1,5 bilhão”.

O advogado nega que qualquer benefício tenha sido direcionado a ele ou a seus clientes.

– Antes de mim, vários advogados entraram com ações, duzentos advogados fizeram pedidos. E as ações que foram promovidas por nós são muito anteriores a esse acordo. Nunca conversei com o Dallagnol a não ser em eventos. Nunca liguei, nunca troquei mensagens. Podem olhar todos os meus telefones. Estou à disposição – completou.

*Mônica Bergamo/Folhapress

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