Rio de Janeiro tem falta d’água após combate a geosmina
Moradores de vários bairros fizeram relatos nesta sexta-feira
Pleno.News - 19/03/2021 17h27 | atualizado em 19/03/2021 18h17
Moradores de diferentes regiões do município do Rio de Janeiro relatam falta de água nesta sexta-feira (19), após uma manobra realizada durante a madrugada pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), para tentar conter a disseminação de algas responsáveis pela concentração de geosmina. O elemento que tem deixado a água distribuída no Rio com cheiro e gosto de terra desde janeiro de 2020.
Há relatos de falta de água em bairros como Copacabana e Leme, na Zona Sul, e Grajaú, na Zona Norte. A manobra terminou na manhã desta sexta-feira, e a normalização do abastecimento pode levar até 48 horas em áreas situadas nas pontas dos sistemas de distribuição. A Cedae montou esquema especial para atender hospitais e outros serviços essenciais com carros-pipa, caso haja necessidade.
Segundo a Cedae, uma manobra preventiva foi feita no rio Guandu a partir da noite de quinta-feira (18), para renovar a água da lagoa próxima à captação da estação de tratamento. A operação foi concluída na manhã de hoje, e a Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu voltou a funcionar normalmente.
A manobra foi realizada para evitar a proliferação de algas responsáveis pela concentração de geosmina, que vem crescendo nos últimos dias e que, em janeiro de 2020 e deste ano, deixaram a água distribuída no Rio com gosto e cheiro de terra.
A operação consiste na abertura das comportas para o escoamento da água da lagoa com maior volume e velocidade. Para isso, foi necessário interromper a atividade da estação de tratamento, que voltou a operar na manhã desta sexta.
Além de outras medidas para reduzir a concentração de geosmina, como a aplicação de carvão ativado, a companhia informou que passará a bombear água do Rio Guandu diretamente para a lagoa, aumentando a entrada de água e, consequentemente, sua renovação. A instalação da bomba deve ocorrer em até dez dias.
A Cedae também solicitou aos laboratórios contratados para testar a qualidade da água maior rapidez na realização dos exames.
Segundo a Cedae, a obra de proteção da tomada d’água será a solução definitiva para o problema, e o edital da licitação para escolher quem vai executá-la será publicado em até 30 dias.
Ainda conforme a companhia de águas, mesmo em quantidade muito baixa (a partir de 0,004 microgramas/litro), a concentração de geosmina já muda o gosto e o cheiro da água, apesar de não representar risco à saúde dos consumidores.
A empresa afirma que três fatores causam a proliferação de algas nos mananciais: água parada, presença de nutrientes e luz solar. O fenômeno ocorre com maior frequência no verão, exigindo medidas preventivas para manutenção da qualidade da água que sai das estações de tratamento.
*Estadão
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