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Indigenista desaparecido da Funai foi ameaçado em bilhete

Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips estão desaparecidos desde domingo

Pleno.News - 08/06/2022 16h09 | atualizado em 08/06/2022 16h34

Indigenista Bruno Pereira Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Um bilhete anônimo com ameaças dirigidas ao servidor licenciado Bruno Araújo Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e a líderes indígenas foi deixado no escritório de advocacia que representa a organização para a qual ele vinha trabalhando voluntariamente, em Tabatinga, Amazonas. Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do The Guardian, desapareceram no domingo (5), quando faziam viagem a trabalho no Vale do Javari.

– Sei quem são vocês e vamos achar para acertar as contas – diz um trecho do bilhete, com a grafia corrigida, endereçado ao advogado Eliesio Marubo.

– Sei que quem é contra nós é o Beto Índio, e o Bruno da Funai é quem manda os índios irem prender nossos motores e tomar os nossos peixes. (…) Se querem dar prejuízo, melhor se aprontarem. Está avisado.

Indigenista, Pereira foi visto pela última vez há três dias, quando voltava da Comunidade São Rafael em direção a Atalaia do Norte, na companhia de Phillips. O Comando Militar da Amazônia e a Marinha enviaram nesta terça-feira (7) dois helicópteros à região para reforçar as buscas.

O percurso da dupla pelo rio deveria demorar não mais do que duas horas e Pereira era um exímio conhecedor do trajeto. Ninguém sabe o que houve.

– Temos muita esperança de que tenha sido algum acidente com o barco e que eles estejam à espera de socorro – disse Beatriz Matos, mulher do indigenista.

– Mesmo que eu não encontre o amor da minha vida vivo, eles têm de ser encontrados – afirmou Alessandra Sampaio, casada com Phillips.

Pereira estava licenciado de suas atividades na Funai para coordenar um projeto sobre vigilância de terras indígenas na União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). A medida contraria narcotraficantes, garimpeiros e madeireiros que invadem a Terra Indígena do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas.

O advogado Eliesio Marubo, que recebeu o bilhete não identificado há cerca de um mês e meio, é nativo do Vale do Javari e deixou o território aos 16 anos. Marubo não se furtou em criticar o governo.

– Não tenho a menor dúvida (que o sumiço de Pereira está relacionado com a ameaça). Era uma questão de tempo para acontecer. Infelizmente, é dessa maneira, até finalizarem o que eles têm de fazer. O Estado não está presente e deixa um espaço vazio. Onde o Estado não está, o crime está – criticou.

*Com informações da AE

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