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Medidas para conter pandemia com queda na renda devem piorar situação de milhões de famílias

Paulo Moura - 28/05/2020 08h54 | atualizado em 28/05/2020 11h03

Crianças em situação de pobreza Foto: Unicef

As consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus podem empurrar cerca de 86 milhões de crianças para a pobreza neste ano, elevando o total mundial para 672 milhões, conforme alerta feito na quarta-feira (27) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a ONG Save the Children, pedindo aos governos que tomem medidas de proteção social para preveni-la.

De acordo com um relatório publicado pela agência da ONU para a infância e pela organização britânica, o maior aumento da pobreza será visto em países da Europa e da Ásia Central, com um aumento de até 44%, enquanto na região da América Latina e Caribe o aumento é estimado em 22%.

– A pandemia do coronavírus desencadeou uma crise socioeconômica sem precedentes, que está drenando recursos de famílias em todo o mundo – declarou a Diretora Executiva do Unicef, Henrietta Fore, em comunicado.

Segundo Fore, a dimensão da crise ameaça desfazer anos de progresso na redução da pobreza infantil e deixar as famílias com menos recursos a um nível de privação que não é visto em décadas.

O relatório adverte que o impacto das medidas de combate à pandemia já está sendo sentido na forma de perda imediata de renda, o que dificulta para muitas famílias o pagamento de despesas básicas, mas também alerta para o perigo de que, a longo prazo, as medidas de consolidação fiscal possam reduzir os serviços públicos dos quais muitas crianças dependem.

Segundo a Save the Children, as crianças mais novas são muito vulneráveis a períodos de fome ou desnutrição, mesmo que sejam muito curtos, pois podem deixar consequências ao longo da vida.

– Se agirmos agora e de forma decisiva, podemos prevenir e conter a ameaça da pandemia nos países mais pobres e em algumas das crianças mais vulneráveis – afirmou a CEO da ONG, Inger Ashing, na nota.

Assim, o Unicef e a Save the Children estão apelando para uma grande expansão dos sistemas e programas de proteção social, incluindo assistência financeira direta às famílias, merenda escolar e outras medidas. Eles pedem também acesso universal a cuidados de saúde de qualidade e creche ou licença remunerada para cuidar de crianças.

*Com informações da Agência EFE

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