Ex-dirigente do PSL em PE liga Bivar a candidaturas laranjas
Candidaturas femininas serviriam apenas para "puxar" votos para o presidente da sigla
Paulo Moura - 02/11/2019 09h16 | atualizado em 02/11/2019 11h12
A ex-presidente do PSL Mulher de Pernambuco, Bete Oliveira, declarou à Polícia Federal que as candidaturas de mulheres em seu estado serviram, exclusivamente, para “arranjar votos” para a eleição do atual presidente da legenda, e deputado federal, Luciano Bivar.
– A criação do PSL Mulher e do PSL Jovem ocorreu única e exclusivamente para arranjar, cada um desses grupos, 20 mil votos para Luciano Bivar. Qualquer ameaça a Bivar era rechaçada e ignorada pelos dirigentes do partido – disse ela em depoimento.
Bete, assim como Bivar, concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas obteve apenas 2.529 votos. A ex-candidata contou à polícia que a candidatura dela só foi realizada após um pedido do presidente da legenda para completar a cota de mulheres. Ela declarou que saiu do PSL Mulher após o fim das eleições por conta das irregularidades que estavam acontecendo.
A ex-candidata também declarou à PF que teve conhecimento de que outras candidatas tinham recebido valores muito superiores aos que foram destinados à maioria das candidatas mulheres do estado.
No dia 15 de outubro, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bivar, na investigação sobre o caso. A casa de Bivar no Recife e a sede do partido foram alguns dos alvos.
Procurado, Luciano Bivar não respondeu aos questionamentos sobre a acusação. Porém, em manifestações anteriores, ele já negou ter patrocinado candidaturas laranjas em seu estado.
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