Leia também:
X Ex-assessor Fabrício Queiroz passará por cirurgia urgente

Alfaiate de Bolsonaro lembra de profecia sobre sua carreira

Profissional explicou como conseguiu ser a pessoa que fez ternos para o presidente eleito

Ana Luiza Menezes - 27/12/2018 20h55 | atualizado em 28/12/2018 09h31

Santino Gonçalves tirando as medidas do presidente eleito Jair Bolsonaro Foto: Reprodução

Em entrevista à revista Época, o alfaiate Santino Gonçalves contou como conseguiu a chance de fazer o terno do presidente eleito Jair Bolsonaro. Nascido em uma região do Rio de Janeiro, conhecida como Baixada Fluminense, ele revelou que em um tempo difícil de sua vida ouviu uma profecia que mudaria sua vida.

A revelação veio em 2001, quando sua tentativa de se estabelecer nos Estados Unidos não foi bem sucedida. Santino contou que ficou em solo americano apenas por cinco meses e que quando seu dinheiro estava acabando ouviu várias palavras sobre seu futuro. Uma delas foi de que costuraria para alguém importante. Em maio daquele ano, ele retornou ao Brasil, onde está até hoje.

Sem ter esquecido da profecia, apenas neste ano ele se lembrou de que um amigo seu conhecia Bolsonaro. Foi então que Santino fez contato com o cabeleireiro Maxwell Gerbatim. Os dois se conhecem há mais de três décadas e marcaram uma ida até a casa do futuro governante do país.

A missão, porém, não seria fácil. Os dois chegaram a orar e jejuar para que conseguissem a oportunidade. Santino tem um pequeno ateliê, nos fundos da casa de sua mãe, no bairro de Parque Lafaiete, em Duque de Caxias. Maxwell é um paraquedista reformado do Exército, que tinha sido cabo eleitoral de Bolsonaro na disputa por uma vaga na Câmara de Vereadores em 1989.

Apesar de também morar na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a 15 minutos da residência do futuro presidente, Gerbatim explicou ao amigo que só via Bolsonaro duas vezes por ano: no feriado de 7 de setembro e no jubileu de ouro e prata da Brigada Paraquedista.

Os dois não tinham contato de alguém da assessoria ou tampouco de outra pessoa próxima a Bolsonaro. Porém, por ideia de Santino, eles combinaram uma ida ao condomínio, onde Bolsonaro mora, no dia 2 de novembro.

O ENCONTRO
Já no local, Gerbatim foi até a portaria e explicou que seu nome era Max. Ele também informou que estava com um amigo alfaiate. Eles receberam autorização para entrar e, quando conseguiram estar diante de Bolsonaro, houve uma pequena complicação: O político não se lembrava dele. Bolsonaro pensou que Max fosse outra pessoa, com o mesmo nome, que trabalhava para ele.

– Ele achou que o outro Max tinha combinado com a esposa de levar um alfaiate para fazer a roupa dele – contou Santino.

Santino e Gerbatim com o presidente eleito Jair Bolsonaro Foto: Reprodução

Porém, apesar de tudo, Gerbatim não desanimou e começou a dizer de onde conhecia Bolsonaro. Não funcionou e o presidente eleito explicou que eles só entraram porque ele tinha se confundido quanto ao nome e a pessoa que imaginou que entraria. Mesmo assim, o cabeleireiro insistiu e se limitou a dizer a razão de sua presença ali.

– Jesus nos trouxe aqui. Vim te presentear com um terno para a posse – disse Max.

Bolsonaro aceitou e disse que já que estavam ali, então que fizessem o trabalho proposto. As medidas foram tiradas e anotadas. Bolsonaro escolheu o tecido que queria e também foi levado a aceitar um corte de cabelo oferecido por Gerbatim. Foi durante o corte que Jair recordou quem era o Max que estava ali.

Em uma nova ida até a casa de Bolsonaro, Santino ofereceu também um par de sapatos para a cerimônia da posse. Na ocasião, o político ia provar o traje que tinha sido preparado. O alfaiate contou ainda com a aprovação de Michele Bolsonaro, que revelou que aquele era exatamente o sapato que ela tinha imaginado para combinar com o terno.

NOVO TEMPO
Desde que doou peças para Bolsonaro, Santino conseguiu expandir sua clientela. O general Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), já encomendou algumas camisas. E o deputado federal eleito Hélio Bolsonaro (PSL-RJ) também pediu um terno.

Gonçalves explicou a Bolsonaro que estava feliz por vê-lo usar suas roupas. Ele também compartilhou que o fato de usar suas criações ajudaria muito. Ao todo, ele doou 15 camisas, dez gravatas e dois ternos. Os sapatos foram uma gentileza da marca JP, que ele apenas fez chegar até o futuro líder do Brasil.

Depois do investimento inicial, até o próprio Jair Bolsonaro já comprou mais dez camisas com ele. Santino disse que semeou e hoje experimenta o momento da colheita, após ter acreditado na profecia que ouviu anos atrás.

Leia também1 Posse do ministro Paulo Guedes terá 350 convidados
2 Governo Bolsonaro irá rever últimos atos da gestão Temer
3 PF apura ameaça de atentado na posse de Jair Bolsonaro

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.