Aziz ameaça Bolsonaro: ‘A onça vai pegar o macaco guariba’
Senador reagiu após ser chamado de "anta amazônica"
Gabriela Doria - 20/07/2021 16h40 | atualizado em 20/07/2021 17h44
O presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz, voltou a fazer ameaças veladas ao presidente Jair Bolsonaro. As declarações surgem após o chefe do Planalto se referir ao senador como “anta amazônica”.
– Presidente, toda vez que o senhor chegar no cercadinho, se solidarize com as vitimas da Covid, se solidarize com as famílias que estão perdendo pessoas queridas, parentes, amigos, conhecidos – disse Aziz em um vídeo postado em suas redes sociais.
Em seguida, Aziz disse que o presidente “não sabe o que é uma anta amazônica”, mas que “os valorosos militares que serviram na Amazônia sabem o que a anta amazônica significa para o meio ambiente”.
Presidente, uma dica: estude a fauna Amazônica. O predador do macaco guariba é a onça. Esses militares que estão ao seu lado sabem disso, eles serviram no meu Estado. Pergunte deles. Que fique claro: na CPI não tem anta, tem onça. E as onças vão pegar o guariba. Pode acreditar. pic.twitter.com/vpwENpjlXd
— Omar Aziz (@OmarAzizSenador) July 19, 2021
– Agora, sabe quem é o predador do macaco guariba? É a onça, presidente. É a onça que está atrás do macaco guariba, aquele que eu já expliquei o que significa. É aquele que, quando foge da onça, ele urina e defeca para se proteger da onça. Presidente, a onça vai pegar o macaco guariba. Tenha certeza – finalizou o senador.
“ANTA AMAZÔNICA”
Na manhã de segunda-feira (19), em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro chamou o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz, de “anta amazônica” e disse que Aziz apresentou uma medida provisória (MP) para permitir que estados e municípios comprem vacina sem certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Bolsonaro comentou sobre as acusações feitas ao ex-ministro Eduardo Pazuello, reafirmou que não há corrupção no seu governo e criticou a imprensa e a pressão que foi feita sobre o governo federal para a compra de vacinas.
– O que a imprensa fazia naquela época? [Dizia] “tem que comprar vacina; não interessa o preço”. Agora, quem queria comprar vacina não interessando o preço e sem passar pela Anvisa era o Omar Aziz. Está documentado numa emenda que ele apresentou a uma medida provisória nossa sobre vacina, bem como o irmão do Renan Calheiros, o Renildo Calheiros, [que] apresentou uma emenda igualzinha, [dizendo] que estados e municípios podiam comprar vacina sem a certificação da Anvisa e sem licitação – disse Bolsonaro.
O presidente criticou as propostas e disse que haveria prefeitos e governadores comprando vacinas que custavam até R$ 50 por dose.
– Imagina se [alguém] aprova isso, hein, Omar Aziz, mais conhecido como anta amazônica? Imagine se tivesse passado isso, hein, Renan Calheiros? Teu irmão, Renan Calheiros, [do] PCdoB, partido… Não vou falar o que é o C, né!? C do Brasil… Estariam alguns prefeitos e governadores comprando vacina a R$ 30 ou R$ 50 a dose e [poderia ter] vacina até da lua, porque não precisava passar pela Anvisa – declarou Bolsonaro.
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