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App TikTok tem acesso a dados mesmo sem criação de conta

Jornalista descobriu que plataforma teve acesso a diversas informações detalhadas sobre seus acessos

Paulo Moura - 30/01/2021 13h04 | atualizado em 04/02/2021 14h25

Aplicativo TikTok estaria obtendo dados mesmo sem cadastro Foto: EFE/EPA/HAYOUNG JEON

O aplicativo TikTok, produzido pela empresa chinesa de tecnologia ByteDance, foi alvo de muita polêmica ao longo do último ano após sofrer sanções drásticas do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por acusações de que violava as regras de privacidade de dados. Entre as medidas, o republicano chegou a pedir até o banimento da plataforma.

No entanto, seguindo a linha da privacidade, Riccardo Coluccini, jornalista da Vice Itália, decidiu fazer uma análise para tentar entender até que ponto o aplicativo de fato sabia sobre o conteúdo acessado pelo usuário. Aproveitando o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia, Coluccini solicitou ao TikTok todos os dados que a empresa armazenou pelos quase dois meses em que ele utilizou a plataforma.

Para o experimento, o jornalista afirmou que nunca criou uma conta na rede social. Caso o site seja aberto no navegador, é possível ver o conteúdo sem se inscrever, embora alguns recursos – como comentar, seguir e compartilhar – só possam ser utilizados com um perfil.

O QUE O JORNALISTA DESCOBRIU
Coluccini disse que utilizou a plataforma por cerca de dois meses. De acordo com os dados recebidos do TikTok, nesse período, ele viu cerca de 30 vídeos por dia. O curioso, porém, é que a empresa alega que, quando não se tem uma conta, não é possível identificar os dados de utilização caso alguém solicite o detalhamento.

No entanto, em sua própria política de privacidade, o TikTok afirma que “coleta certas informações suas quando você usa a plataforma, inclusive quando você está usando o aplicativo sem uma conta”. Essas “informações técnicas” que são coletadas incluem o endereço IP, operadora de celular e fuso horário.

Após um pedido feito por Coluccini por e-mail, a empresa se recusou a fornecer um histórico detalhado de utilização do aplicativo por alegar que não sabia se o jornalista era de fato a pessoa que navegou pelo app. Mesmo diante dessa resposta, a empresa continuou a usar as informações coletadas.

Esse fato pôde ser comprovado com a descoberta de que o aplicativo compartilhou informações do jornalista com o Facebook 595 vezes. Com isso, é possível afirmar que os dados do TikTok foram vinculados à rede social de Mark Zuckerberg. Após insistir na busca pelos dados, usando “informações técnicas”, ele conseguiu acesso aos seus dados. Ele recebeu dois arquivos Excel protegidos por senha e uma chave para abri-los em um e-mail separado.

O primeiro documento era uma tabela com quase 1.900 linhas. Cada uma detalhando o histórico de exibição dos vídeos, um por um. O segundo era o local em que os “Dados e atividades do usuário” estavam armazenados. Aqui, o usuário se deparou com uma tabela contendo 15.886 linhas e 24 colunas, em um total de 381.264 unidades de dados detalhando toda a experiência de Coluccini na plataforma.

Entre a informações “gravadas” pelo TikTok estavam o detalhamento e hora de exibição, o dispositivo usado, bem como a resolução de tela, operadora do telefone, sistema operacional e endereço IP do aparelho. É importante ressaltar que, mesmo com exclusões de conta, algumas companhias ainda mantém os dados armazenados. Além disso, como nesse caso, navegar sem uma conta não garante anonimato.

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