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Dodge dá parecer contra Lula e questiona diálogos vazados

Procuradora-geral afirmou que ainda não foi possível atestar veracidade de conversas

Jade Nunes - 22/06/2019 08h36

Procuradora-geral da República, Raquel Dodge Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou nesta sexta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contrário ao pedido de Lula para anular sua condenação no caso do tríplex de Guarujá.

Diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil envolvendo a atuação do ex-juiz e hoje ministro Sergio Moro fizeram a Segunda Turma do Supremo desengavetar um pedido de Lula pela anulação do processo que levou o petista à prisão em abril do ano passado.

A solicitação foi feita sob o argumento de que Moro não foi imparcial na análise do caso. O pedido foi reforçado por petição apresentada no dia 13 pela defesa de Lula. Eles dizem que as conversas de Moro e Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, revelam “completo rompimento da imparcialidade” do ex-juiz.

Em parecer, Raquel Dodge questiona o uso das mensagens entre Moro e Deltan como elemento para anular o caso de Lula. Segundo ela, o material publicado “ainda não foi apresentado às autoridades públicas para que sua integridade seja aferida”.

– Diante disso, a sua autenticidade não foi analisada e muito menos confirmada. Tampouco foi devidamente aferido se as referidas mensagens foram corrompidas, adulteradas ou se procedem em sua inteireza dos citados interlocutores – afirma.

– A Procuradora-Geral da República manifesta preocupação com a circunstância de que as supostas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil tenham sido obtidas de maneira criminosa, e que ferem a garantia constitucional à privacidade das comunicações, a caracterizar grave atentado às autoridades constituídas brasileiras – argumentou.

Dodge informou ainda que requisitou inquérito policial para investigar o caso, que já é alvo de apuração da Polícia Federal.

Em nota, a defesa de Lula diz que o pedido de suspeição feito ao STF não está amparado nos diálogos divulgados. Os advogados destacam que a ação foi protocolada bem antes das reportagens do Intercept e que apenas fez um registro nos autos sobre o seu conteúdo.

Nas conversas publicadas pelo site Intercept desde o dia 9, Moro supostamente sugere ao Ministério Público Federal trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobra a realização de novas operações, dá conselhos e antecipa ao menos uma decisão judicial.

Até aqui, Moro tem refutado a possibilidade de ter feito conluio com o Ministério Público. Assim como os procuradores, disse não ter como garantir a veracidade das mensagens e chamou a divulgação dos diálogos de sensacionalista.

*Folhapress

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