Chefe de facção deixa cadeia no Rio após ‘falha de comunicação’

Criminoso foi visto fazendo compras em shopping após a soltura

Pleno.News
Traficante conhecido como “Abelha” possui mandado de prisão Foto: Divulgação

Um dos chefes do Comando Vermelho, maior facção criminosa do Rio de Janeiro, saiu da cadeia pela porta da frente mesmo com um mandado de prisão em aberto. O criminoso foi liberado no cumprimento de um alvará de soltura, mesmo com a Polícia Civil tendo alertado, horas antes, sobre a existência do mandado.

O traficante Wilton Carlos Rabello Quintanilha, conhecido como “Abelha”, faz parte do chamado “conselho”, grupo de criminosos de maior posição hierárquica dentro da facção. Esses líderes, mesmo presos, são responsáveis por coordenar negócios clandestinos, em nível estadual e nacional, pela organização financeira e por determinar invasões territoriais a comunidades controladas por rivais.

Leia também

Abelha estava detido no Complexo de Gericinó, em Bangu (RJ). A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) disse que consultou o Tribunal de Justiça e não encontrou no sistema nenhum mandado de prisão contra o réu. A consulta, porém, foi feita sobre outro processo de Abelha, em que ele realmente não possui mandado.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por sua vez, emitiu uma nota afirmando que notificou a Seap e a Polinter (Serviço de Polícia Interestadual) sobre o mandado de prisão de Abelha pela morte de Ana Cristina Silva, de 26 anos, atingida por um tiro durante uma invasão da facção ao Complexo do São Carlos, na Zona Norte do Rio.

De acordo com as investigações, o criminoso teria dado a ordem para a invasão de dentro da Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, Bangu 3. O Tribunal acrescenta que a Secretaria confirmou o recebimento do documento.

Sabendo da iminente soltura, a Polícia Civil avisou à Seap sobre o mandado de prisão de Abelha às 20h57, do dia 26 de julho. O mandado já havia sido expedido há duas semanas; entretanto, mesmo assim o traficante foi solto.

O criminoso foi visto no mesmo dia comprando roupas em um shopping da Zona Norte e, posteriormente, em um baile funk, onde chegou a subir no palco para comemorar sua liberdade.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu à Justiça um mandado de busca e apreensão das imagens gravadas pela Seap para investigar o caso.

Mais Lidas