Uso do termo “obesidade” pode estar com os dias contados
Ideia é conscientizar sobre a relação causa e efeito da patologia e não generalizar
Marcos Melo - 23/05/2023 14h57 | atualizado em 23/05/2023 16h23

Se depender dos cientistas das universidades College Cork e Galway, na Irlanda, o termo “obesidade” para se referir a pessoas com sobrepeso está com os dias contados. O grupo quer proibir o vocábulo atribuído à enfermidade e substituí-lo por “desregulação crônica do apetite”.
A proposta é desfazer um estereótipo e conscientizar as pessoas acerca da relação causa e efeito do fenômeno patológico. Segundo os especialistas, a palavra “obesidade” ultrapassa o mero conceito de alguém “ser muito gordo”, mas tem relação multifatorial; inclusive, há identificação de genes que podem aumentar as chances do indivíduo desenvolver problemas metabólicos. Essas alterações afetam partes do cérebro que são responsáveis pela saciedade, o que acaba produzindo mais apetite em pessoas acometidas pelo fator, desencadeando o aumento de massa corporal.
Para a professora e pesquisadora da Escola de Saúde Pública da University College Cork, Margaret Steele, é necessário o emprego de todos os esforços possíveis para separar o que é saúde pública e, de fato, obesidade, já que são coisas totalmente diferentes.
Os médicos acreditam que “medicalizar a obesidade”, concebendo-a como uma doença e descartando-a como consequência de um comportamento, pode ser ineficaz para um diagnóstico que mais se aproxime da realidade causal, além de classificar comportamentos e escolhas em doença, o que não é necessariamente verdade.
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