Carro de escritor russo apoiador de Putin sofre explosão

Zakhar Prilepin ficou ferido, e seu motorista morreu

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Escritor russo Zakhar Prilepin Foto: EFE/EPA/MAXIM SHIPENKOV

O carro de um proeminente romancista pró-Kremlin explodiu neste sábado (6), na Rússia, matando seu motorista e ferindo o escritor, informou a agência de notícias estatal russa Tass, citando autoridades de emergência e policiais.

O incidente envolvendo o carro de Zakhar Prilepin, conhecido escritor nacionalista e fervoroso defensor do que o Kremlin chama de “operação militar especial” na Ucrânia, ocorreu na região de Nizhny Novgorod, cerca de 400 quilômetros a leste de Moscou. É a terceira explosão envolvendo proeminentes figuras pró-Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia.

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Em agosto de 2022, um carro-bomba nos arredores de Moscou matou Daria Dugina, filha de um influente teórico político russo, frequentemente referido como “o cérebro de Putin”. As autoridades alegaram que a Ucrânia estava por trás da explosão.

No mês passado, uma explosão em um café em São Petersburgo matou um popular blogueiro militar, Vladlen Tatarsky. As autoridades, mais uma vez, culparam as agências de inteligência ucranianas por orquestrar o ataque.

O governador da região de Niznhy Novgorod, Gleb Nikitin, disse que Prilepin sofreu pequenas fraturas ósseas e estava recebendo ajuda médica. A agência de notícias russa RBC informou que Prilepin estava voltando para Moscou neste sábado, vindo das regiões parcialmente ocupadas de Donetsk e Luhansk na Ucrânia. Ele teria pardo na região de Nizhny Novogorod para uma refeição.

A polícia está investigando o incidente, e uma investigação criminal foi iniciada sob a acusação de ato terrorista. A porta-voz do Ministério do Interior, Irina Volk, disse que um suspeito foi detido.

Prilepin tornou-se um apoiador do presidente russo, Vladimir Putin, em 2014, depois que Putin anexou a península da Crimeia. Ele esteve envolvido no conflito no leste da Ucrânia ao lado dos separatistas apoiados pela Rússia. Em 2020, Prilepin fundou um partido político, que, um ano depois fundiu-se, com o partido nacionalista Uma Rússia Justa.

Copresidente do partido recém-formado, Prilepin conquistou uma cadeira na câmara baixa do parlamento russo, nas eleições de 2021, mas desistiu.

O líder do partido, Sergei Mironov, chamou o incidente deste sábado de “um ato terrorista” e culpou a Ucrânia. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, ecoou o sentimento de Mironov em um post no aplicativo de mensagens Telegram, acrescentando que a responsabilidade também é dos Estados Unidos e da Otan.

*AE

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