Ofensas a modelos negras são registradas como racismo
Homens fizeram "piadas" em grupo de WhatsApp e as compararam a escravas
Camille Dornelles - 16/10/2018 09h44 | atualizado em 16/10/2018 09h55
Nesta segunda-feira (15), uma conversa em um grupo de WhatsApp foi registrada como caso de racismo. Três homens são acusados do crime por terem feito ofensas a modelos negras que participavam de um desfile em Brasília, no Distrito Federal.
Na conversa, um deles chegou a compará-las a escravas. Outro integrante tentou repreender as ofensas, mas um deles, chamado Danilo, chegou a defender o comportamento.
– Agora o cara é obrigado a achar as preta bonita ? [sic] – escreveu Danilo.
O organizador do evento e presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Bruno Kesseler, ficou sabendo da conversa pela internet e então registrou o caso como racismo.
– Não vamos deixar que isso passe impune, que as pessoas achem que isso é normal – declarou Kesseler.
O desfile Top Cufa é dedicado a mulheres de periferia e não apenas negras. Mesmo assim, a delegada responsável pelo caso, Erica Macedo, afirmou que há elementos que justifiquem uma investigação por racismo. Ao contrário de injúria racial, quando a ofensa é direcionada a uma pessoa, o racismo é um crime inafiançável e imprescritível.
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