Varíola dos macacos não é mais uma emergência global, diz OMS
Alerta para a doença havia sido feito em julho do ano passado
Pleno.News - 11/05/2023 13h08 | atualizado em 11/05/2023 14h07

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (11), que o surto da varíola dos macacos também não é mais uma emergência de saúde pública (PHEIC). A informação foi dada uma semana após mudar o status para a pandemia da Covid-19. O alerta havia sido feito em julho do ano passado diante do registro das primeiras infecções fora da África.
– Quase 90% menos casos foram relatados nos últimos três meses em comparação com os três meses anteriores – disse Tedros Adhanom, diretor da OMS.
– No entanto, como no caso da Covid, isso não significa que o trabalho acabou. Mpox continua a representar desafios significativos à saúde pública que precisam de uma resposta robusta, proativa e sustentável, enquanto saudamos a tendência de queda dos casos globalmente – ponderou.
Foi a primeira vez que muitos casos foram relatados simultaneamente fora da África Ocidental ou Central, de onde a doença é endêmica. Do fim de abril do ano passado até esta terça (9), foram registradas 87.337 infecções e 140 mortes em 111 países, conforme o painel de dados da OMS.
Segundo a organização, o Brasil foi um dos países mais afetados, com 10.920 casos, atrás somente dos Estados Unidos, com 30.154. De todas as infecções, 16 evoluíram e resultaram em morte. O Brasil teve 12,5% de todas as notificações da infecção.
No último relatório sobre a doença, publicado nesta quinta, a OMS destacou que as curvas epidêmicas sugerem que o surto continua com baixos níveis de transmissão nas regiões da Europa e das Américas (da qual o Brasil faz parte), e aumenta na região do Pacífico Ocidental, com relatos de casos do Japão, China e Coreia do Sul.
Desde o último boletim, em 27 de abril, houve 264 novos casos (alta de 0,3%) e dez novas mortes relatadas – o total de casos pode ter sido influenciado por atraso na notificação, de acordo com a OMS.
PREOCUPAÇÕES
Embora haja declínio de casos, ainda há transmissão e continua-se registrando um pequeno número de infecções e surtos menores em alguns países, destacou Nicola Low, epidemiologista integrante do comitê de emergência da OMS para a monkeypox.
– Há incerteza sobre a probabilidade de um grande ressurgimento da infecção.
A OMS mostrou particular preocupação com pessoas que vivem com HIV, o vírus da Aids, não tratado.
– É extremamente importante protegermos as pessoas vulneráveis, pessoas imunocomprometidas, particularmente, neste caso, pessoas que vivem com HIV não tratado ou não controlado, elas correm maior risco de doença grave e quando não são capazes de eliminar o vírus [da monkeypox], é possível que o vírus continue evoluindo – alertou Rosamund Lewis, líder técnica de combate à varíola dos macacos da OMS.
*AE
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