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Transplante de órgãos: Entenda como funciona o processo

Em uma verdadeira corrida contra o tempo, o órgão passa por uma série de protocolos antes de salvar uma vida

Monique Mello - 03/03/2021 12h06 | atualizado em 06/03/2021 13h36

Equipe do Hospital Brasília comemora o centésimo transplante hepático
Equipe do Hospital Brasília comemora o centésimo transplante hepático Foto: Reprodução/Hospital Brasília

Ainda existe uma deficiência de informações sobre doações e transplantes de órgãos. Uma delas consiste no passo a passo do processo. A equipe do Hospital de Brasília explica mais especificamente o processo de um transplante hepático, no momento em que é realizado o centésimo procedimento. É o primeiro hospital privado do Centro-Oeste a conseguir o feito.

Entrevista com familiares, registro do órgão, parceria com companhias aéreas e forças armadas e uma verdadeira maratona. Estes são alguns dos passos dados pelo hospital para que um fígado chegue a quem precisa.

Entrevista com familiares, registro do órgão, parceria com companhias aéreas e forças armadas e uma verdadeira maratona

– A equipe de captação e transplante fica de sobreaviso 24h, durante 7 dias da semana, no aguardo do recebimento da oferta, para que o paciente doador possa ser avaliado e seja verificada a viabilidade do órgão para o posterior transplante. Com isso conseguimos tirar mais um paciente da fila e lhe conceder a possibilidade de ter uma melhor qualidade de vida com a realização do transplante – aponta Gislaine Albuquerque, enfermeira especialista em doação e captação de transplante do Hospital Brasília .

A enfermeira destaca que o processo de doação precisa ter consentimento familiar. De acordo com a especialista, os potenciais doadores são pacientes que evoluíram para morte encefálica. Com isso, a família passa por um processo de entrevista familiar e, havendo o consentimento dela, inicia-se o processo de doação, que é uma verdadeira corrida contra o tempo.

– São realizados exames laboratoriais para [verificar] a compatibilidade do órgão. Descartada as contraindicações, a Central Estadual de Transplante recebe todos os documentos do potencial doador, avalia a veracidade das informações e registra no Sistema Nacional de Transplantes – relata.

O potencial doador são pacientes que evoluíram para morte encefálica

O sistema busca os pacientes que estão na fila e seleciona os compatíveis. Após estes processos, os documentos e a seleção são encaminhados por e-mail para a Coordenação de Transplante, e o médico responsável irá avaliar se aceita ou não a oferta, como informa a enfermeira. Gislaine explica que, quando o órgão é aceito, outro processo se inicia: a logística de captação. Esta é a etapa feita pelo hospital.

– Poderá ser por via aérea, com o apoio do Ministério da Saúde, através do Termo de Cooperação Técnica, estabelecido com as companhias aéreas e com a Força Aérea Brasileira (FAB), ou por via terrestre e poderá acontecer em qualquer hora do dia ou [da] madrugada – informa.

Assim, é designada uma equipe para uma cirurgia de extração. Caso o órgão esteja inviável para o transplante, o paciente candidato segue aguardando na fila outro potencial doador e todo o processo será refeito.

100 TRANSPLANTES HEPÁTICOS

Liderada pelo médico hepatologista do Hospital Brasília André Watanabe, a equipe multidisciplinar conta com cirurgiões do aparelho digestivo, hepatologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Eles acabam de realizar o centésimo transplante hepático e comemoram.

– É muito gratificante trabalhar com o transplante de fígado, pois vemos o paciente chegar para cirurgia em uma condição muito ruim e recuperamos a sua qualidade de vida após o transplante – diz Watanabe.

Para declarar a vontade de ser doador após a morte, você pode acessar o site da Aliança Brasileira pela doação de Órgãos e Tecidos (Adote), fazer seu cadastro e download do cartão de doador. Basta acessar o link: http://www.adote.org.br/.

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