Número de mortes por dengue cresce 163% em um ano
Estado de SP lidera ranking de óbitos
Gabriela Doria - 26/06/2019 08h35
O número de mortes causadas por dengue mais do que dobrou em um ano no país: saltou de 139 no primeiro semestre de 2018 para 366 no mesmo período deste ano, um aumento de 163%.
Os dados constam no boletim mais recente do Ministério da Saúde sobre doenças transmitidas pelo Aedes aegypti , que inclui casos registrados até 8 de junho. É o maior número de mortes desde 2015, quando a dengue matou 752 pessoas.
O estado de São Paulo lidera o ranking de óbitos, com 145 registros. É seguido por Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, com 79, 29 e 24 casos, respectivamente.
A quantidade de casos prováveis de dengue (que inclui também os suspeitos) aumentou ainda mais no período: saltou de 170.628 para 1.127.244, um aumento de 561%.
Os estados com maior incidência da doença por 100 mil habitantes foram Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, com 1.804, 1.230 e 1.164 casos. O pico deste ano foi em abril.
A circulação de um sorotipo diferente do vírus da dengue, mudanças climáticas e a urbanização sem planejamento ajudam a explicar o crescimento, segundo infectologistas consultados pela Folha.
Neste ano, predomina o sorotipo 2 da dengue no país, segundo o Ministério da Saúde. É mais agressivo do que o sorotipo 1 e o 4, que circulavam com mais intensidade –o vírus tem ainda um quarto subtipo, o 3.
Frequente em análises no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, o tipo 2 circulou com maior força pela última vez em 2008 no país.
Como muitas pessoas não foram infectadas pelo sorotipo 2 e, por isso, não foram imunizadas, ficam mais suscetíveis à contaminação, explica Marcelo Burattini, professor do departamento de Infectologia da Unifesp.
*Folhapress