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Medo da pandemia prejudica combate ao câncer de próstata

Campanha Novembro Azul enfrenta problemas causados pela pandemia da Covid-19

Camille Dornelles - 04/11/2020 15h35

Palácio do Planalto iluminado de azul pelo Novembro Azul em 2014 Foto: Anderson Riedel/Wikimedia

Conhecida como Novembro Azul, a campanha que visa o combate e o diagnóstico precoce do câncer de próstata completa seis anos no Brasil e 17 anos de existência no mundo. Em todos os anos, diversas entidades públicas e privadas realizam ações para conscientizar sobre o risco da doença na população. Câncer de próstata é o segundo tipo de neoplasia mais comum entre os homens, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Em 2020, porém,as ações enfrentam o problema da Covid-19, tanto para a realização de ações que agrupam pessoas quanto para elevar o número de consultas realizadas no urologista. O Instituto Lado a Lado Pela Vida, criador do Novembro Azul no Brasil, lançou uma pesquisa no dia 15 de julho, Dia do Homem, sobre os impactos da pandemia na saúde masculina e registrou queda no número de pacientes que foram ou pretendem ir ao médico de rotina neste ano. Estima-se que 50 mil tenham deixado de fazer o exame de próstata.

O urologista Leonardo Borges, do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, afirmou ao Pleno.News que há uma relação direta entre chance de cura e diagnóstico precoce. Ele explica que isso ocorre porque alguns cânceres devem ser prontamente tratados e que, quando restritos apenas à próstata, a possibilidade de melhora é maior.

– Em estágios iniciais, as chances de cura chegam a 90%! Por isso, o rastreamento e a conversa com um especialista são as formas mais efetivas para o diagnóstico precoce. Há problemas de saúde que não podem ser adiados – declarou.

Urologista Leonardo Borges fala sobre riscos de não ir ao médico na pandemia Foto: Divulgação/Dr. Leonardo Borges

Considerando a pandemia do novo coronavírus e a necessidade de restrição de deslocamento e distanciamento, ele sugere um plano feito conjuntamente entre paciente e médico.

– É muito importante que pacientes e urologistas conversem para saber sobre o estado de saúde, avaliar os riscos e benefícios de se fazer os exames de rotina e a possibilidade de prosseguir com o procedimento – defendeu.

Há problemas de saúde que não podem ser adiados

O urologista Ravendra Moniz defende que é importante ficar atento aos sintomas e conhecer os fatores de risco para que o diagnóstico do câncer de próstata seja feito o mais rápido possível. Em entrevista ao Pleno.News em 2018, ele afirmou como é possível saber se a glândula está do tamanho certo.

– A partir dos 45 anos de idade a próstata aumenta naturalmente de tamanho e, por isso, o exame periódico a partir desta idade é fundamental. Além do envelhecimento, a predisposição genética, diabetes, tabagismo e obesidade também são fatores de risco. A maioria dos sintomas está relacionada com transtornos urinários, provocados pelo aumento da próstata – declarou o especialista.

O exame periódico a partir dos 45 anos é fundamental

Ele também explicou que a adesão de pacientes a consultas periódicas ao urologista é baixa no Brasil.

– Apesar do alerta para a realização do exame de prevenção, 51% dos brasileiros nunca foram ao urologista, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia. Para prevenir o surgimento dos sintomas, depois dos 40 anos de idade já é indicado ir ao médico regularmente. Além do histórico do paciente, devem ser realizados exame físico geral, urológico completo e exames laboratoriais – declarou.

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