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Entenda o Alzheimer e saiba como se prevenir da doença

Neuropsicopedagoga dá dicas de como estimular a atividade cerebral

Rafael Ramos - 21/09/2019 18h59 | atualizado em 24/09/2019 16h21

Em Para Sempre Alice, protagonista lida com o mal de Alzheimer Foto: Reprodução

Aos 50 anos, Alice Howland é uma professora e pesquisadora bem-sucedida. Feliz no casamento com John, ela é mãe de Lidya, Anna e Tom. Tudo ia bem até que, durante uma palestra, ela não conseguia lembrar uma simples palavra. Acostumada a correr pelo campus da universidade onde leciona, Alice, de repente, se esqueceu do caminho para casa e se perdeu. Diante desses acontecimentos, ela decide procurar ajuda e recebe o tão temido diagnóstico: a profissional de sucesso, que lida justamente com linguística, está com Alzheimer.

Apesar do relato acima ser parte da sinopse do filme Para Sempre, Alice, baseado no romance homônimo de Lisa Genova, e que rendeu o Oscar de Melhor Atriz à Julianne Moore, em 2015, a doença é a realidade de 46,8 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com o Relatório de 2015 da Associação Internacional de Alzheimer (ADI). E as estimativas não são as melhores: acredita-se que esse número dobre a cada 20 anos. Dessa forma, chegará a 74,7 milhões, em 2030, e a 131,5 milhões, em 2050.

A cada quatro segundos, uma pessoa é diagnosticada com alguma demência, sendo o mal de Alzheimer o tipo mais frequente. A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) revelou que, só no Brasil, já são quase 2 milhões de pessoas acometidas.

ENTENDA A DOENÇA
O mal de Alzheimer se caracteriza pela degeneração dos neurônios (células do sistema nervoso responsáveis por conduzir os impulsos nervosos) e provoca o declínio de funções cognitivas, como capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. O paciente perde sua memória mais recente no início da doença, mas se lembra com precisão de acontecimentos de anos atrás.

Representação de um neurônio, principal célula atacada pela doença Foto: Reprodução

Com a evolução do quadro, a pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação. No filme Para Sempre, Alice, a personagem apresenta dificuldade para amarrar os cadarços.

Apesar de não haver uma causa específica para o Alzheimer, vários fatores podem contribuem para seu aparecimento, como idade, genética, diabetes, hipertensão, obesidade, tabagismo, sedentarismo, entre outros. A doença não tem cura, mas medicamentos e estratégias de controle podem melhorar os sintomas temporariamente.

Em seu estágio mais avançado, o paciente pode chegar a óbito em decorrência da perda de reflexos naturais, como engolir, tossir e respirar. Tais dificuldades levam a problemas respiratórios e cardíacos, podendo levá-lo à morte por AVC, infarto ou pneumonia. assim como a morte. Foi o que ocorreu com o ex-presidente americano Ronald Reagan, que revelou ser portador da doença em 1994. Reagan morreu dez anos depois, aos 93 anos de idade, por causa de uma pneumonia.

Ronald Reagan morreu de pneumonia em decorrência do Alzheimer Foto: Reprodução

COMO MANTER SUA MEMÓRIA AFIADA?
Uma das formas de prevenção ao mal de Alzheimer é sempre exercitar o cérebro. A neuropsicopedagoga Marina Paradanta, que trabalha com estimulação cognitiva em cursos e oficinas da memória, explica que é importante estimular os cinco sentidos – olfato, tato, paladar, audição e visão – através de uma “ginástica” para o cérebro, que foi batizada de neuróbica pelo neurocientista norte-americano Larry Katz.

– Quando você estimula os cinco sentidos por meio de exercícios, você presta mais atenção nas suas ações e, dessa forma, melhora seu poder de concentração e memória. Costumamos realizar nossas atividades diárias de forma mecânica, automatizada e a neuróbica consiste em fazer de forma diferente o que já é realizado diariamente, de forma automática – disse Marina ao Pleno.News.

Neuropsicopedagoga estimula a envelhecer com autonomia e independência Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com a profissional, atitudes simples, aliada a uma alimentação equilibrada e uma boa noite de sono, podem garantir um cérebro ativo e afiado. Além disso, ela recomenda atividade física frequente e atividade intelectual, como aprender uma nova língua, ler livros diversos, aprender a tocar algum instrumento ou participar de grupos de estimulação cognitiva.

– Cuide de sua saúde física e mental para afastarem qualquer doença neurodegenerativa, incluindo Alzheimer. Seus hábitos de vida determinam como será o seu envelhecimento. Tudo que você puder fazer de forma diferente do que faz no seu dia a dia, ajudará a ativar novas áreas cerebrais, fortalecendo as suas conexões. Vamos envelhecer com autonomia e independência!

Veja as dicas a seguir para praticar a neuróbica de forma eficiente:

– Usar o relógio de pulso no braço direito;
– Experimentar comidas diferentes;
– Andar pela casa de costas;
– Trocar o mouse do computador de lado;
– Escovar os dentes com a mão não-dominante;
– Quando for à padaria, pegar os netos na escola, ou a qualquer outro local rotineiro, mudar o seu percurso;
– Não utilizar a agenda do celular para fazer as ligações para familiares – ligue digitando os números;
– Ao deitar, tente lembrar de tudo que você fez durante o dia e pense nos seus compromissos do dia seguinte;
– Quando for ao mercado, faça a lista de compras, mas tente não usá-la.

COMO LIDAR COM O PORTADOR DE ALZHEIMER?
Devido à grande dependência que pacientes com nível mais agressivo da demência podem adquirir, muitas vezes os familiares não sabem como lidar com a situação. Afinal de contas, aquela pessoa super ativa e independente, de repente se torna alguém com uma série de limitações até para coisas cotidianas, como escovar os dentes.

Algumas mudança na rotina e um pouco de paciência podem ajudar a criar um ambiente seguro e que ajude o portador da doença a ter uma vida mais confortável. Confira algumas logo abaixo:

– Mantenha uma rotina bem estruturada para toda a semana;
– Fique atento às reações do paciente, que muitas vezes pode se sentir ansioso na presença de estranhos e acabar ficando inseguro;
– Estimular o contato com outras pessoas, o que colabora para a qualidade de vida do portador da doença;
– Organize um ambiente seguro retirando tapetes, colocando proteção nas janelas, corrimão de apoio no box e próximo ao vaso sanitário e piso antiderrapante;
– Faça perguntas simples através de uma fala bem ordenada com frases curtas e mantendo o contato visual;
– Estimule o exercício físico, mas sempre com recomendação médica e acompanhado por um fisioterapeuta/
– Incentive a independência e ofereça ajuda em casos de dificuldade.

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