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Dia 1° de dezembro é o Dia Mundial do Combate a Aids

Dentre os perigos que rondam a doença, um dos principais é a desinformação

Monique Mello - 01/12/2020 16h09 | atualizado em 01/12/2020 18h27

Desde 1988, o dia 1° de dezembro é o Dia Mundial do Combate a Aids
Desde 1988, o dia 1° de dezembro é o Dia Mundial do Combate a Aids Foto: Pixabay

Nesta terça-feira, 1º de dezembro, se completam 32 anos que a Organização das Nações Unidas (ONU) firmou uma data para lembrar e conscientizar sobre o combate contra AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). No Brasil, o projeto foi adotado em 1988, pelo Ministério da Saúde.

Em 1991, a fitinha vermelha surgiu com artistas de Nova York (EUA), para lembrar a luta contra a AIDS e transmitir solidariedade e apoio aos portadores do vírus HIV.

Em 1º de dezembro de 1988, houve, de um lado, uma conferência em Washington (EUA), do outro, vários protestos eram ouvidos do lado de fora da Casa Branca. Naquele dia, ativistas protestavam, pois a ciência não dava respostas exatas sobre o retrovírus que estava dizimando muitas pessoas.

O professor de História Ueldison Alves de Azevedo, da Faculdade Integrada de Guarulhos (SP), faz um levantamento histórico do período e mostra que, pior que a doença em si, os efeitos devastadores se concentram na falta de conhecimento do que é realmente o vírus.

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), até os dias atuais, o vírus HIV já matou mais de 25 milhões de pessoas e já infectou outros mais de 70 milhões em todo o mundo. No entanto, a história dessa doença não começou nos anos 80. Segundo lembra o professor Ueldison:

– Por volta da década de 30, os animais, em principal os chimpanzés, começam a desenvolver um tipo de doença chamada SIV, sendo que vários deles eram levados a óbito em decorrência dela. No entanto, na década de 50, esse vírus chega aos Estados Unidos e se espalha pelo território. O documento da pessoa que foi a óbito tinha sido analisado e seria o primeiro caso de morte por HIV no solo americano.

Pior que a doença em si, os efeitos devastadores se concentram na falta de conhecimento do que é realmente o vírus

A doença ainda não tinha esse nome na época e sim GRID (imunodeficiência relacionada aos gays) e só depois da década de 1970, conta o professor e historiador, os heterossexuais passaram a ser infectados e, nesse período, o retroviral será chamado de HIV ou AIDS. Até então o sexo era algo bem abundante sem algum tipo de proteção e ainda com a pandemia assolando os anos 80, apenas 8% dos jovens usavam o preservativo, logo a camisinha foi criada exatamente pela falta de respostas perante a medicina.

Em 2005, esse número subiu para mais de 60%, segundo a UNAIDS. Nas pesquisas realizadas no final da década de 50, foi analisado que o retroviral poderia ser aderido pelo contato com outras pessoas, ou num corte por exemplo, e isso começa a mexer com a mente das pessoas que queriam distância e negavam até ajuda-las por serem soropositivo. O slogan para aquele período era ‘o silêncio mata’”.

Pessoas vivem normalmente bem, mesmo possuindo o vírus, assim como uma pessoa diabética pode viver normalmente o seu cotidiano

Algumas teorias, detalha Ueldison ao Pleno.News, apontam que o vírus já vem desde o período paleolítico dentro do próprio chimpanzé. No entanto, não existem provas que comprovem tais teorias, o que ainda há é muita incógnita sobre a origem do vírus no campo biológico e histórico. Mas, agora, em pleno 2020, o professor lembra que, segundo a UNAIDS são mais de 38 milhões de pessoas que vivem com HIV, sendo que 25 milhões realizam as terapias antirretroviral e até o final de 2019 houve mais de 650 mil mortes.

O professor também reforça que já foi constatado que as pessoas vivem normalmente bem, mesmo possuindo o vírus, assim como uma pessoa diabética pode viver normalmente o seu cotidiano.

CAMPANHA NO BRASIL

No Brasil, em 2017, foi reconhecido oficialmente o Dezembro Vermelho, campanha de conscientização para o tratamento precoce da Aids. A escolha do mês foi em razão do Dia Mundial de Combate a Aids e a cor vermelha, por sua vez, foi escolhida por ser a cor do laço que é símbolo da luta.

Esse ano, a Pfizer, em parceria com o Instituto Barong e Pró-Diversidade, criou a campanha “Dezembro Vermelho é mais proteção – Vacinação é Cuidado”, que faz um alerta sobre a importância do autocuidado para pessoas vivendo com HIV. Entre esses cuidados, estão a vacinação, alimentação, a prática de atividades físicas, os aspectos emocionais e relacionamentos, entre outros.

Intervenções com animações gráficas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro farão parte da ação. Em São Paulo, a ação será nos dias 1 e 2 de dezembro, das 19h30 às 21h30 na esquina da Rua da Consolação, 753 e Dona Maria Antônia, 77, na região central. Já no Rio de Janeiro, a projeção será no dia 1 de dezembro, das 19h30 às 21h30, na Rua Maria Eugênia 145, Bairro Humaitá.

Serão projetados os trailers com imagens da animação gráfica produzida para a campanha e inspirada em histórias reais. A trajetória de uma assistente social que tinha o sonho de ser mãe, um jornalista que encontrou apoio em grupo de jovens, entre outros convivendo com o HIV.

– Essas histórias reforçam que o autocuidado é importante para manutenção da saúde e qualidade de vida – afirma a diretora médica da Pfizer, Márjori Dulcine.

Intervenções com animações gráficas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
Intervenções com animações gráficas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro Foto: Divulgação/CDN Comunicação

 

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