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Covid-19: Doença pode encobrir diagnóstico de câncer de pulmão

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Monique Mello - 04/02/2021 09h00

Câncer de pulmão: retardo nos diagnósticos durante a pandemia Foto: Pixabay

O câncer de pulmão é uma doença com alto índice de letalidade por causa da rápida evolução, se comparada a outros tipos de câncer e pelo diagnóstico que, na maioria dos casos, só acontece quando a doença já está em estágio avançado. A pandemia causada pelo novo Coronavírus pode agravar ainda mais essa situação, ao provocar um atraso em consultas e a realização de exames que, para que tem câncer de pulmão, pode significar chances bem menores de cura.

Um estudo realizado pela instituição Cancer Research UK, em Londres, no Reino Unido, mostra que o número de encaminhamentos urgentes devido a câncer de pulmão foi o menor entre os tipos de câncer desde abril de 2020 e estima-se que pelo menos 16 mil pacientes deixaram de ser encaminhados para exames diagnósticos de câncer de pulmão desde março.

Segundo Carlos Gil Ferreira, oncologista torácico e presidente do Instituto Oncoclínicas, o fato das duas doenças apresentarem sintomas respiratórios pode ser desafiador.

– Sintomas como tosse persistente, falta de ar, cansaço e falta de energia podem ocorrer tanto em pacientes com Covid-19 como naqueles com câncer de pulmão – diz o médico ao Pleno.News.

Pelo menos 16 mil pacientes deixaram de ser encaminhados para exames diagnósticos de câncer de pulmão desde março

No caso de pacientes que já têm o diagnóstico da doença, é possível que haja dificuldade no acesso aos tratamentos ou receio de exposição à Covid-19. O oncologista lembra que é preciso ter muito cuidado, pois pacientes com câncer de pulmão, em geral, têm outras comorbidades e muitos são tabagistas, fatores que podem ser agravantes no caso de uma infecção por coronavírus.

– É fundamental procurar ajuda e conversar com o médico para que seja decidido em conjunto o melhor procedimento – afirma o doutor Gil.

Ainda segundo o especialista, durante a pandemia de coronavírus muitos pacientes deixaram de fazer exames, o que causou um retardo nos diagnósticos.

– Por outro lado, foram descobertos casos de câncer de pulmão em pessoas que não se imaginavam com a doença, mas fizeram exames de imagem do tórax por conta da Covid-19 e anteciparam o diagnóstico.

Dr. Carlos Gil Ferreira é membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) Foto: Reprodução

CAMPANHA EM SÃO PAULO

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) irá iniciar uma campanha de conscientização da população. A partir desta quarta-feira (4) e ao longo de todo o mês de fevereiro, a Linha 4-Amarela e a 5-Lilás de metrô irão disponibilizar folhetos com informações produzidas por médicos da SBOC sobre câncer na mulher, bem como sobre o impacto positivo da vacinação contra o HPV.

A parceria entre a SBOC e a ViaQuatro começará tendo como foco os tumores ginecológicos. Mas será estendida, nos meses seguintes, a outros tipos de câncer, como o de pulmão, o de mama, o de pele, o de próstata e o de cabeça e pescoço.

A presidente da SBOC, Dra. Clarissa Mathias, afirma que, ao aproximar-se da população por meio de uma ação em uma das estações mais movimentadas do metrô de São Paulo, a entidade visa impactar toda a cadeia de cuidado oncológico, contribuindo assim para que os brasileiros se apropriem de medidas efetivas de prevenção.

– Acreditamos que a conscientização promovida por iniciativas como essa pode levar ao diagnóstico precoce de diversos tipos de cânceres, ampliando as oportunidades terapêuticas oferecidas pelo oncologista e o diálogo do profissional com seus pacientes, que estarão cada vez mais apropriados de informações a respeito do câncer e de sua saúde – explica Clarissa.

Dra. Clarissa Mathias está à frente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica Foto: Reprodução

O lançamento da campanha ocorrerá na Estação Paulista (Linha Amarela) e contará com um Balcão Informativo da SBOC, das 10h às 16h. Mas o material sobre prevenção do câncer poderá ser retirado até o final de fevereiro (ou assim que acabar o estoque) em qualquer um dos 27 nichos de leitura espalhados pelas Linhas 4 e 5 de metrô.

 

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